Tesis
Estudo do Efeito da Lignina em Emulsões Água em Óleo de Petróleo Pesado
Fecha
2018-02-16Registro en:
SILVA, M., Estudo do Efeito da Lignina em Emulsões Água em Óleo de Petróleo Pesado
Autor
FILGUEIRAS, P. R.
CASTRO, E. V. R.
ROCHA, J. T. C.
Institución
Resumen
As emulsões de petróleo do tipo água em óleo (A/O) estão presentes desde a perfuração do poço até o refino e causam diversos problemas. Os petróleos pesados possuem maiores quantidades de compostos polares que um petróleo leve e isso provoca a formação de emulsões com alta estabilidade. Tais emulsões precisam ser desidratadas para reduzir os impactos gerados. Assim, estudar e avaliar os fatores que afetam a estabilidade de uma emulsão é importante para a indústria do petróleo. Devido à falta de informações sobre a avaliação do comportamento de emulsões A/O através da adição de produtos naturais, no presente trabalho foi realizado um estudo sobre o efeito da adição de lignina em emulsões A/O de um petróleo pesado (°API de 13,7) com teor de asfaltenos 7% m/m e 32% m/m de resinas. Inicialmente para verificar a distribuição do tamanho de gotas (DTG), selecionar a rotação mecânica ideal de trabalho e a influência do tipo de eletrólito na estabilidade, foram preparadas emulsões adicionando volumes de 10, 20, 30, 35 e 40% m/v de dois tipos de água (deionizada e formação) sob agitação mecânica de 2500, 5000, 10000 e 15000 rpm e uma solução saturada de NaCl adicionada ao óleo nos teores de 10, 20 e 30% m/v homogeneizadas na rotação de 5000 rpm. Escolhida as melhores condições de trabalho (5000 rpm) e devida à ocorrência natural de formação de emulsões A/O com água de formação, o preparo das emulsões para teste com produto natural consistiu na homogeneização do óleo com água de formação e adição de solução alcalina de lignina in natura na concentração de 0,5 e 3% m/v. Os teores de água de formação e lignina totalizavam os volumes de 10 e 30% m/v de fase aquosa nas emulsões. Adicionalmente, foram preparadas emulsões A/O com água de formação e adição de soluções de lignina modificada e saponina, nas concentrações de 0,5 e 3% m/v utilizando o mesmo procedimento das emulsões preparadas com lignina in natura. Os fatores avaliados foram o envelhecimento, temperatura, teor de água, tamanho de gota, concentração de sais e de produto natural adicionado. Os resultados mostraram que as emulsões formadas com água deionizada, água de formação (5,5·104 mg·L-1 de NaCl) e solução saturada de NaCl (2,7·105 mg·L-1) apresentaram estabilidade mesmo após envelhecimento por 30 dias e ao serem submetidas a aquecimento. As emulsões preparadas com água de formação apresentaram maior valor de DTG do que as que foram preparadas com solução saturada de NaCl e água deionizada, respectivamente. Isso pode ter ocorrido devido a presença de íons de diferentes cargas na água de formação. Os resultados para as emulsões preparadas com adição de produtos naturais mostram que a lignina in natura e modificada se comportaram como um bom agente emulsificante quando adicionado em baixa concentração e quantidade. A saponina se apresentou como um bom emulsificador nas condições experimentais estabelecidas. A análise por componentes principais dos dados dos espectros de infravermelho mostraram que somente as emulsões preparadas com fase aquosa 30% m/v de água de formação e adição de saponina apresentaram comportamento diferente das demais emulsões avaliadas. Isto sugere que as emulsões preparadas saponina em alta concentração pode ter provocado alteração do perfil químico do petróleo estudado.