Tesis
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE ATROPINA E PRALIDOXIMA NA INTOXICAÇÃO AGUDA POR CLORPIRIFÓS E DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA ANALÍTICA PARA IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE ORGANOFOSFORADOS E SEUS ANTÍDOTOS POR HPLC-MS/MS.
Fecha
2016-03-22Registro en:
MARQUES, G. L. M., AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE ATROPINA E PRALIDOXIMA NA INTOXICAÇÃO AGUDA POR CLORPIRIFÓS E DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA ANALÍTICA PARA IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE ORGANOFOSFORADOS E SEUS ANTÍDOTOS POR HPLC-MS/MS.
Autor
SAMPAIO, K. N.
PIRES, R. G. W.
MARTINIS, B. S.
Institución
Resumen
Os organofosforados (OFs) são, provavelmente, os praguicidas mais utilizados no mundo. No Brasil, esses compostos são considerados um dos principais responsáveis por intoxicações. Um OF de ampla utilização nacional é o clorpirifós (CPF), que assim como os demais OFs promove a inibição das colinesterases (ChEs), provocando acúmulo de acetilcolina nas sinapses colinérgicas centrais e periféricas. O tratamento dessa intoxicação envolve o uso combinado de antagonistas muscarínicos, como a atropina (ATR); reativadores da ChE, oximas, representadas principalmente pela pralidoxima (2-PAM); e benzodiazepínicos, geralmente diazepam, para tratamento de eventuais convulsões. Entretanto, a eficácia das oximas em humanos é duvidosa, principalmente devido a sua diferença de polaridade quando comparada aos OFs, o que leva a uma pobre penetração do fármaco no sistema nervoso central (SNC). Este trabalho, portanto, visa investigar a eficácia dos antídotos sobre os sinais clínicos e sobre a reativação da atividade das ChEs na intoxicação aguda por CPF, assim como validar método de análise para identificação e quantificação de vários OFs, ATR e 2-PAM, de forma conjunta, utilizando cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrômetro de massas (HPLC-MS/MS). Para isso, ratos adultos (n=280) foram divididos em 8 grupos: Salina (SAL), CPF, SAL+ATR, CPF+ATR, SAL+2-PAM, CPF+2-PAM, SAL+ATR+2-PAM e CPF+ATR+2-PAM. O tratamento com ATR (10mg/kg); 2-PAM (40mg/Kg) ou ATR (10mg/kg) + 2-PAM (40mg/kg) foi realizado por injeções intraperitoneais (i.p.) uma hora após a administração de CPF (30mg/kg; i.p.) ou SAL (0,9%, i.p.) e os animais foram observados quanto aos sinais de toxicidade aguda por até 5 horas. Decorridos períodos de 15 minutos, 30 minutos, 1 hora, 2 horas, 3 horas, 4 horas e 24 horas após a administração do tratamento (ATR, 2-PAM ou ambos), os animais foram decapitados e amostras de sangue e encéfalo (com exceção do cerebelo) foram coletadas para posteriores dosagens das ChEs, assim como para análise do CPF e CPF-oxon por HPLC-MS/MS. O método desenvolvido para análise de OFs e antídotos se mostrou rápido e eficiente para o que se propõe, atendendo os critérios de validação da RDC nº 27 da ANVISA (BRASIL, 2012). Os dados obtidos demonstram que a concentração de CPF inalterado no sangue sofre intensa queda ao longo das primeiras 24 horas após a administração. O CPF causou inibição da ChE plasmática e o tratamento com 2-PAM foi capaz de reverter essa inibição por até 1 hora após sua administração. Entretanto, sobre a atividade da AChE cerebral, a 2-PAM promoveu somente uma pequena reativação a partir da segunda hora da sua administração. Apesar de não terem sido completamente eficazes, os tratamentos com ATR, 2-PAM ou ATR+2-PAM preveniram ou reverteram, em diferentes níveis, as manifestações colinérgicas típicas da intoxicação por OFs.