dc.description.abstract | Objetivos: Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do exercício aeróbio crônico sobre o ganho de peso corporal e acúmulo de gordura visceral de ratos criados em prole pequena em comparação com ratos criados em prole normal. Adicionalmente foram também observados parâmetros metabólicos e hemodinâmicos entre estes grupos. Metodologia: Acasalaram-se ratas Wistar virgens aos três meses de idade com ratos da mesma idade/linhagem. No 1º dia de vida das proles os filhotes foram distribuídos aleatoriamente entre as mães. No 3º dia, ajustou-se o tamanho da prole para três filhotes no grupo de superalimentação (GS) ou para 10 filhotes no grupo controle (GC). O peso corporal dos animais foi medido semanalmente. Ao completarem seis semanas de vida, foram selecionados 18 animais do GS e 18 do
GC para realização de exercício aeróbio na esteira, cinco vezes por semana durante nove semanas. A partir de então, denominaram-se os grupos: superalimentação sedentário (SS), controle sedentário (CS), superalimentação exercitado (SE) e controle exercitado (CE). A intensidade das sessões progrediu de 10m/min para 20m/min, a duração aumentou de 10 para 60 minutos e a inclinação foi fixada em 5º
durante todo o treinamento. Na 8ª e 18ª semanas de vida realizou-se um teste de esforço máximo para avaliar a resistência aeróbia. Ao final do período experimental, os animais foram anestesiados e submetidos a uma cirurgia para inserção de cânula de polietileno (PE-50 emendada em PE-10) na artéria femoral para medida direta da pressão arterial e coleta de sangue para dosagens bioquímicas (glicemia, triglicerídeos e HDL-colesterol). Após as medidas os animais foram mortos para
coleta de vísceras e gordura abdominal. Os dados são apresentados como média ± erro padrão.
Resultados: O GS apresentou ganho de peso corporal maior do que o GC a partir da 2ª semana de vida até o fim do experimento (30+0,9g GS contra 23+0,3g GC, P<0,0001, na semana 2 e 524+3,4g GS contra 469+2,9g GC, P<0,001, na semana 17 de vida). No início do treinamento (semana 6 de vida) os ratos sedentários e exercitados não apresentaram diferenças significantes de peso corporal (210+6,7g
SS contra 201+7,8g SE e 188+2,3g CS contra 186+3,3g CE). Da semana 10 até o final do experimento houve diferenças significativas de peso corporal (P<0,05) entre os SS e SE, mas não entre os CS e CE. Não houve diferenças significantes nos parâmetros bioquímicos e hemodinâmicos entre os grupos. Nas comparações de
peso visceral, houve diferenças significativas para peso de ventrículo esquerdo (1,762+0,030mg/g SS contra 1,905+0,040mg/g SE, P<0,01) e de rins (6,10+0,132mg/g SS contra 6,56+0,135mg/g CS; 6,56+0,132mg/g CS contra 7,32+0,226 mg/g CE; e 6,10+0,135mg/g SS contra 6,92+0,187mg/g SE). Os animais do grupo SS apresentaram maior acúmulo de gordura visceral do que os do CS (31,22g+2,08g contra 21,94+1,76g, P<0,05) e o exercício reduziu o depósito de
gordura abdominal nos animais exercitados em comparação com os sedentários (20,08+2,35g SE contra 13,92+2,42g CE, P<0,05).
Conclusão: Ratos criados em prole pequena apresentam maior ganho de peso corporal ao longo do crescimento e parte deste peso adicional deve-se ao acúmulo de gordura abdominal. O exercício aeróbio reduziu o ganho de peso nestes animais, principalmente por diminuir o acúmulo de gordura visceral. | |