Tesis
DENTRO e Fora da Ordem: Diretrizes Curriculares para o Ensino de História em Tempos Autoritários
Fecha
2015-04-27Registro en:
LUIZ, M. L., DENTRO e Fora da Ordem: Diretrizes Curriculares para o Ensino de História em Tempos Autoritários
Autor
SIMOES, R. H. S.
GONCALVES NETO, W.
FONSECA, T. N. L. E.
FRANCO, S. P.
CARVALHO, J. M.
Institución
Resumen
Investiga contornos assumidos pela disciplina História, seu ensino e docência no estado do Espírito Santo durante a Ditadura Militar (1964-1985). Para tanto, analisa propostas curriculares, materiais pedagógicos, pautas, atividades, avaliações, fotografias, relatórios, materiais de cursos, estágios de treinamentos, atas de reuniões, leis, pareceres, decretos, publicações da imprensa periódica local e relatos orais de professores. Privilegia interlocuções com Marc Bloch (2001) e Carlo Ginzburg (2002, 2004, 2007), para a interrogação das fontes a partir da seguinte questão: quais os desdobramentos das diretrizes curriculares para a História ensinada em escolas capixabas durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985)? O trabalho com as fontes toma como eixos de análise: a) concepções de História, do seu ensino e da docência expressas nas diretrizes curriculares prescritas para a área durante o regime ditatorial (1964-1985); b) compreensões da docência narradas por professores que atuaram em escolas capixabas durante o regime militar; c) percepções de professores acerca das prescrições curriculares e dos seus usos na História ensinada em escolas públicas capixabas no período ditatorial. Os documentos estaduais e os registros encontrados indiciam: a concepção de História relacionada com os Estudos Sociais; a feição essencialmente política e eurocêntrica da história ensinada. Aproximam-se dos Cadernos MEC: História do Brasil e História Geral pelas características tradicionais apresentadas, entretanto, se distanciam do segundo documento, que se articula com a Nova História. Quanto ao ensino, nas Propostas, registros e narrativas docentes, os métodos assumem importância fundamental, vinculando-se à matriz escolanovista, tecnicista e aos princípios da Epistemologia Genética, de Jean Piaget. O civismo e o patriotismo identificados acentuam-se pelo acréscimo das disciplinas que passaram a compor o currículo por meio da Lei nº. 5.692/71: Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política Brasileira e Estudos de Problemas Brasileiros. Por outro lado, há narrativas e atividades que se distinguem do prescrito e do que convencionalmente aponta a historiografia produzida sobre a História ensinada durante Ditadura Militar. Desse modo, o entrecruzamento das fontes analisadas documentos e narrativas de sujeitos que atuaram durante o regime militar podem fazer acender, no presente, centelhas da memória e da História de professores capixabas e de suas práticas.