Tese de doutorado
Expressão e regulação do fator de crescimento epidérmico (EGF) e seu receptor (EGFR) em epidídimo de ratos e humanos
Fecha
2009Registro en:
São Paulo: [s.n.], 2009. 159 p.
epm-0020611502543.pdf
Autor
Patrão, Marilia Tavares Coutinho da Costa
Institución
Resumen
O fator de crescimento epidérmico (EGF) é um polipeptídeo envolvido na proliferação celular e no crescimento e diferenciação de diferentes órgãos de mamíferos. No trato reprodutor masculino, o EGF e os andrógenos têm um papel conjunto na proliferação e diferenciação dos ductos de Wolff, proliferação de células epiteliais da próstata e espermatogênese. Entretanto, a presença, função e regulação do EGF e de seu receptor (EGFR) no epidídimo não foram completamente elucidadas. Portanto, o objetivo do presente trabalho é caracterizar a expressão e a regulação do EGF e do EGFR (RNAm e proteína) ao longo do epidídimo de ratos. Paralelamente, a distribuição celular do EGFR foi analisada em epidídimo humano. Ensaios de Western blot indicaram que o epidídimo de ratos adultos expressa o precursor do EGF e suas formas parcialmente processadas (190 a 75 kDa), o EGF maduro (9 kDa) e o EGFR (175 kDa). A incubação in vitro do epidídimo com EGF (100 ng/mL, 1-15 min) induziu um aumento dependente do tempo na fosforilação do EGFR (pEGFR), confirmando que o gene Egfr codifica um receptor funcional nesse tecido. Ensaios de imuno-histoquímica demonstraram que o EGF, o EGFR e o pEGFR apresentam um padrão complexo de distribuição nas células epiteliais e intersticiais do epidídimo de ratos, sugestivo de interações autócrinas, parácrinas e justácrinas entre o EGF e seu receptor. A interação lumícrina entre essas proteínas, por outro lado, parece ter pouca influência nesse tecido, uma vez que ensaios de imuno-histoquímica indicaram que a ativação basal do EGFR nas células epiteliais do epidídimo não foi alterada em resposta à deprivação de fatores testiculares induzida pela ligadura bilateral dos dúctulos eferentes. A distribuição do EGFR e do pEGFR em células intersticiais e epiteliais do epidídimo humano e no espermatozóide em maturação também foi dependente do segmento epididimário analisado. De fato, ensaios de imunofluorescência indicaram que a localização do EGFR no espermatozóide de ratos é alterada durante seu trânsito pelo epidídimo, sugerindo que o EGFR está envolvido na maturação espermática. Para avaliar a regulação do EGF e do EGFR por variações na concentração plasmática de andrógenos, ensaios de RT-PCR, Western blot e imuno-histoquímica foram realizados utilizando epidídimos de ratos em diferentes estágios da maturação sexual ou de ratos adultos submetidos à castração cirúrgica. Nossos resultados indicaram que a expressão de RNAm e a imunodistribuição do EGF e do EGFR, assim como a imunodistribuição do pEGFR, são dependentes da região epididimária e do grupo experimental analisado, sugerindo que o hormônio masculino é capaz de direcionar a sinalização mediada pelo EGFR para diferentes tipos celulares ao longo do tecido. Em conjunto, nossos resultados indicam que o EGFR pode ter um papel na manutenção da fisiologia epididimária e na maturação espermática, o que reforça o potencial terapêutico dos fatores de crescimento na melhora da fertilidade masculina. Uma vez que a desregulação da sinalização mediada pelo EGFR e pelo AR está envolvida em uma variedade de carcinomas, o entendimento da regulação da expressão dos fatores de crescimento no epidídimo, um órgão que raramente sucumbe ao câncer, pode também auxiliar na procura de novos alvos terapêuticos para o tratamento dessa patologia..