Tesis
"O que vem da terra não faz mal": um estudo qualitativo sobre crenças e atitudes de consumidores e vendedores de plantas medicinais da cidade de Diadema/SP
Fecha
2009Registro en:
São Paulo: [s.n.], 2009. 116 p.
epm-0020516260543.pdf
Autor
Lanini, Juliana
Institución
Resumen
A crença de que medicamentos à base de plantas são isentos de riscos à saúde faz parte da bagagem cultural da população afeita ao seu uso. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas junto a 20 raizeiros (vendedores de ervas “in natura”) e 18 usuários de plantas medicinais na cidade de Diadema/SP com o objetivo de investigar seus hábitos, crenças e atitudes com relação à segurança e eficácia de tratamentos baseados em plantas medicinais. Foram encontrados diferentes perfis entre os raizeiros, variando de “completamente seguro” até “completamente perigoso”. A maioria dos raizeiros declarou que “se as ervas tem um efeito, elas podem ter um efeito colateral”, dependendo de muitos fatores como a dosagem, associação com outros medicamentos, características do material vegetal (origem, contaminação, identificação incorreta) e características específicas dos usuários, especialmente aquelas relacionadas com gravidez, idosos e crianças. Foram detectados 39 casos de problemas relacionados ao uso de 22 espécies de plantas medicinais nas entrevistas com raizeiros. Por outro lado, todos os usuários entrevistados declararam crer que plantas medicinais são completamente seguras. No caso da amostra investigada, essa crença se baseia na origem natural e Divina das plantas medicinais, em valores culturais e também pela insatisfação com a medicina convencional. Entre os usuários, quatro eventos inesperados foram relatados ao uso de plantas medicinais. Mesmo entre as pessoas que experimentaram alguma reação inesperada, a crença de que tais medicamentos são isentos de riscos permaneceu intacta. Segundo eles, se as plantas “fizeram mal”, os remédios de farmácia “fariam pior”. Eventos adversos e outros problemas relacionados ao uso de ervas medicinal são relativamente raros, mas eles certamente ocorrem em maior freqüência em relação aos números oficiais. É necessária a implantação de políticas de fitofarmacovigilância eficientes, a fim de tornar o consumo mais racional e, deste modo, minimizar os riscos à população usuária..