Tese de doutorado
Percepção da dor e do desconforto de recém-nascidos em ventilação mecânica por pais e profissionais de saúde
Fecha
2010-09-29Registro en:
ELIAS, Luciana Sabatini Doto Tannous. Percepção da dor e do desconforto de recém-nascidos em ventilação mecânica por pais e profissionais de saúde. 2010. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2010.
Retido-317.pdf
Autor
Elias, Luciana Sabatini Doto Tannous
Institución
Resumen
OBJECTIVES: Analyze the agreement of adult groups classified as parents, nurse assistants and pediatricians, as will the simultaneous presence of pain and distress, as well as the magnitude of pain versus distress, in new born (NB) admitted is NICU, with endotracheal intubation, in mechanical ventilation and with vascular access. METHODS: A trio of adults (a father/mother, a nurse assistant and a pediatrician) evaluated only one NB. 52 babies were observed by 50 parents (2 NB twins), 52 nurse assistants and 52 pediatricians. After answering a socio-demographic questionnaire, each adult was put in front of the NB and observed the baby for one minute. At the end, he was supposed to say if the baby was in pain and/or distress, and in case of positive answer, the adult would sign in a vertical visual analogical scale the intensity of pain and distress he believed the NB was feeling at that moment. The analysis of the adults agreements as will the evaluation of pain versus distress were done in quantitative way, using the Bland-Altman Graphic and by the intraclass correlation coefficient, and in qualitative way, using the marginal homogeneity test and Cochran Test. They analyzed as well if inherited characteristics of the NBs observed (age, sex, mode of delivery, pregnancy age birth weigh and peripheral vascular access) and the characteristics of adults observers (age, children, religion, social class, marital status and schooling) could interfere in the evaluation of pain versus distress done by the trio of adults using multiple linear regression. RESULTS: There was heterogeneity in the evaluation of pain versus distress for the three groups of adults studied (Bland-Altman Graphic). There was more positive evaluations the presence of distress than in pain (marginal homogeneity, p<0,01) there was no correlation between pain scores and distress scores assigned by each adult [parents 0,36 (CI 95% 0,01-0,65); nursery 0,47 (0,23-0,66) and pediatricians 0,46 (0,22-0,65)]. They observed similar disagreement patterns, for the three group of adults, between the evaluation of pain and distress (Cochran; p=0,628). None of the adults and characteristics were related to heterogeneity of evaluation of pain versus distress. CONCLUSIONS: The sub treatment of pain in NICU can be related to the difficulty of adults in recognizing that the pain can be the cause of distress in critically neonates. In this view, it reinforces the necessity of using valid methods for the evaluation of pain in NB population, allowing then a more accurate evaluation and consequently, an effective treatment of pain in preverbal infant. Objetivo: Analisar a concordância de grupos de adultos classificados de como pais, técnicos de enfermagem e médicos, quanto à presença simultânea de dor e desconforto, assim como a magnitude da dor versus desconforto, em recém-nascidos (RN) internados em unidade de terapia intensiva, intubados com cânula traqueal, em ventilação mecânica e com acesso venoso. Método: Um trio de adultos (um pai/mãe, um técnico de enfermagem e um médico) avaliou um único RN. Foram observados 52 bebês por 50 pais (2 RN gemelares), 52 técnicas de enfermagem e 52 médicos. Após responder a um questionário sóciodemográfico, cada adulto se colocava frente ao RN e o observava por 1 minuto. Ao final, ele respondia se achava que o RN estava sentindo dor e/ou desconforto e, em caso positivo, o adulto assinalava em uma escala analógica visual vertical o quanto de dor e de desconforto, respectivamente, ele acreditava que o RN sentia naquele momento. As análises da concordância dos adultos quanto à avaliação de dor versus desconforto foram realizadas de forma quantitativa, por meio do Gráfico de Bland- Altman e do coeficiente de correlação intraclasse, e qualitativa por meio do teste de homogeneidade marginal e teste de Cochran. Analisou-se ainda se características inerentes aos RNs observados (idade, sexo, via de parto, idade gestacional, peso ao nascer e acesso venoso periférico) e características dos adultos observadores (idade, filhos, religião, classe social, estado civil e escolaridade) poderiam interferir na avaliação da dor versus desconforto feita pelo trio de adultos por meio de regressão linear múltipla. Resultados: Houve heterogeneidade na avaliação da dor vs desconforto para os 3 grupos de adultos estudados (Gráfico de Bland-Altman). Houve mais avaliações positivas para a presença de desconforto do que de dor (homogeneidade marginal, p<0,01). Não houve correlação linear entre os escores de dor e desconforto atribuídos por cada adulto [pais 0,36 (IC95% 0,01-0,63); enfermagem 0,47 (0,23-0,66) e médicos 0,46 (0,22-0,65)]. Observou-se padrão similar de discordância, para os 3 grupos de adultos, entre as avaliações de dor e desconforto (Cochran; p=0,628). Nenhuma característica dos adultos e dos RN se associou à heterogeneidade da avaliação da dor versus desconforto. Conclusões: O subtratamento da dor em UTI neonatal pode estar relacionado à dificuldade dos adultos perceberem que a dor pode ser a causa do desconforto apresentado pelo recém-nascido criticamente doente. Em vista disso, ressalta-se a necessidade do emprego de métodos validados para a avaliação da dor na população neonatal, permitindo assim uma avaliação mais acurada e, conseqüentemente, um tratamento eficaz para a dor de pacientes incapazes de expressá-la verbalmente.