Artigo
O teto de vidro nas organizações públicas: evidências para o Brasil
Fecha
2013-12-01Registro en:
Economia e Sociedade. Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, v. 22, n. 3, p. 765-790, 2013.
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S0104-06182013000300007.pdf
S0104-06182013000300007
10.1590/S0104-06182013000300007
Autor
Vaz, Daniela Verzola [UNIFESP]
Institución
Resumen
In Brazil women are still underrepresented in upper-level positions in companies. This situation, however, is frequently not recognized by leaders. In public service, in particular, the adoption of more transparent recruitment practices and the egalitarian treatment to members of the same career may give the misleading impression that the glass ceiling phenomenon is less pronounced. This article gathers evidences that the concerns of the public sector with the adoption of more transparent recruitment practices do not prevent the persistence of hierarchical gender segregation among public employees. Female underrepresentation at the top of public organizations can be observed either in administrative and technical tasks. Discrimination practices alone do not explain the phenomenon, which is also rooted in the intersections between private and professional life. No Brasil, as mulheres ainda são raras nos altos postos de comando das organizações. A percepção desta situação por parte dos dirigentes, no entanto, nem sempre é clara. No serviço público, em particular, a atitude menos discriminatória nas contratações - já que o acesso ao emprego público depende, via de regra, de aprovação prévia em concurso -, e a garantia de igualdade de tratamento a integrantes de uma mesma carreira conduzem à impressão de que o teto de vidro seja menos pronunciado. Este artigo reúne evidências de que, a despeito de seu modo de recrutamento por concurso, as carreiras do setor público brasileiro tampouco escapam ao teto de vidro. A distribuição desigual das mulheres nas distintas instâncias hierárquicas das organizações públicas se faz notar tanto em âmbito administrativo quanto técnico. As práticas discriminatórias sozinhas não explicam o fenômeno, cujas raízes também devem ser buscadas nas intersecções entre vida doméstica e profissional.