Article (Journal/Review)
Alcances e limites da crítica no contexto da cultura política do consumo
Fecha
2016-08-01Registro en:
Estudos Avançados. Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, v. 30, n. 87, p. 255-278, 2016.
0103-4014
10.1590/S0103-40142016.30870015
S0103-40142016000200255.pdf
S0103-40142016000200255
Autor
Fontenelle, Isleide Arruda
Institución
Resumen
Consumer culture, whose roots lay in the final decades of the nineteenth century, has been restructuring itself as a political culture of consumption. In this new phase, corporations are taking the place of politics, while the idea of publicness is concomitantly weakened by consumer culture itself. In this context, this article questions the scope and limits of criticism, focusing on protests that erupted in Brazil, especially in June 2013. It is suggested that these protests can be analyzed from the perspective of a double movement of the political culture of consumption, i.e., both in the way in which they were expressed and how they were, and still are, interpreted by the various media, advertisers and academics. At the end, the idea of democratization by consumption is discussed, at the center of which can be found a crisis of democracy itself A cultura do consumo, cujas raízes estão nas décadas finais do século XIX, vem se reestruturando sob a forma de uma cultura política do consumo. Nesta nova fase, as corporações vêm assumindo o lugar da política, concomitantemente ao enfraquecimento da noção de público a que essa própria cultura do consumo levou. Este artigo interroga os alcances e limites da crítica nesse contexto, com foco nos protestos que eclodiram no Brasil, em especial em junho de 2013. Sugere-se que esses protestos podem ser analisados a partir da perspectiva da cultura política do consumo em seu duplo movimento: na forma mesma em que se manifestaram; e na maneira como foram e ainda vêm sendo ressignificados pelos diferentes meios midiáticos, publicitários e acadêmicos. Discute-se, ao final, a ideia da democratização pelo consumo, no centro da qual pode se descortinar uma crise da própria democracia.