Resistência de fungos filamentosos da Antártica a diferentes fatores ambientais

Abstract

The Antarctic filamentous fungi were isolated from exposed soils of the Collins glacier retreat (Fildes Peninsula, King George Island). Extremophile fungi are of great interest in several areas, including medical, environmental, and agrochemical. The isolates used in the present work are those that previously presented higher resistance to ultraviolet B radiation, being the main objectives the selection of the most resistant specimens and the growth evaluation under different environmental factors. For that end, experiments under ultraviolet B and C radiation, nutrient and oligotrophic culture media, osmotic stress, and different temperatures and pH were carried out. With these tests it was possible to verify which fungi were resistant to each situation and the results revealed that some isolates showed positive results in more than one type of conditions. The data obtained in the present study could help in researches and future experiments with the Antarctic fungi, opening perspectives to studies involving mutation (due to the changes that occurred in samples in some experiments), to rethink culture methods (some fungi grew better at pH different from the pH of the culture medium used as control), besides raising discussions and aggregating information about these fungi, which are still little studied

Os fungos filamentosos estudados foram isolados de solos expostos do recuo da geleira Collins (Península Fildes, Ilha Rei George). Fungos extremófilos são de interesse em diversas áreas, incluindo a médica, ambiental e agroquímica. Os isolados utilizados para a realização desse trabalho foram os que apresentaram, previamente, maior resistência à radiação ultravioleta B, sendo os objetivos principais a seleção dos exemplares mais resistentes e avaliação do crescimento dos mesmos sob diferentes fatores ambientais. Para tanto, foram realizados experimentos de exposição às radiações ultravioleta B e C, em meios de cultura nutritivos e oligotróficos, ao estresse osmótico e crescimento a diferentes temperaturas e pH. Desta forma, foi possível verificar quais fungos foram resistentes a cada situação e os resultados revelaram que alguns dos isolados apresentaram resultados positivos em mais de um tipo de experimento. Os dados obtidos no presente trabalho poderão auxiliar em pesquisas e futuros experimentos com os fungos da Antártica, abrindo caminhos para estudos envolvendo mutação (por conta de mudanças que ocorreram nos exemplares em alguns experimentos), repensar métodos de cultivo (alguns fungos cresceram melhor em pH diferente do pH do meio de cultura utilizado como controle), além de levantar discussões e agregar informações sobre esses fungos, que ainda são pouco estudados