Tesis
Avaliação eletrocardiográfica na ehrlichiose monocítica canina aguda
Autor
Paes, Antonio Carlos [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Institución
Resumen
A ehrlichiose monocítica canina (EMC) é uma enfermidade causada pela bactéria Ehrlichia canis, mundialmente difundida, principalmente em regiões de clima quente devido à maciça presença de seu vetor, o carrapato Rhipicephalus sanguineus. A miocardite infeciosa em cães é comprovada por estudos histopatológicos na ehrlichiose monocítica canina em fase crônica. Estudos anteriores demonstraram arritmias associadas a miocardite em cães com EMC na fase crônica, porém os estudos relacionados às afecções cardíacas na EMC durante a fase agudas são escassos. O presente estudo teve como objetivo avaliar as alterações cardíacas elétricas e a variabilidade da frequência cardíaca no dominio do tempo e da frequência em cães com ehrlichiose monocítica aguda. Foram avaliados 22 animais divididos em dois grupos: grupo controle (GC) composto por 10 cães saudáveis e grupo doente (GD), composto por 12 cães infectados naturalmente por ehrlichiose, apresentando sinais clínicos e hematológicos da doença na fase aguda. Foi realizado eletrocardiograma convencional, eletrocardiograma ambulatorial Holter, aferição da pressão arterial sistêmica, hemograma e análises bioquimicas (uréia, creatinina, ALT, FA e GGT). Os resultados encontrados no GD demonstraram predomínio da atividade do sistema nervoso autônomo simpático sobre o parassimpático com aumento da frequência cardíaca média e diminuição dos índices de variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo e da frequência. Quanto ao ritmo cardíaco, 58,33% dos animais apresentaram taquicardia sinusal predominante. Não foram observadas arritmias de repercussão hemodinâmica significativa durante a monitoração dos animais em ambos os grupos. A pressão arterial sistêmica média diferiu entre os grupos estudados. As concentrações séricas de ureia, creatinina, FA, ALT, GGT estavam dentro dos valores de referência para a espécie. Não foram encontrados dados que comprovem que na fase aguda houve tempo de evolução suficiente da doença para causar danos que tenham como consequências arritmias, assim como ocorre na fase crônica, apesar disso, houve diminuição dos índices de variabilidade da frequência cardíaca nos animais doentes. Canine monocytic ehrlichiosis (CME) is a disease caused by the bacteria Ehrlichia canis, which is widespread worldwide, especially in hot climates due to the massive presence of its vector, the tick Rhipicephalus sanguineus. The infectious myocarditis in dogs is confirmed by histopathological studies on canine monocytic ehrlichiosis in the chronic phase. Previous studies have demonstrated arrhythmias associated with myocarditis in dogs with chronic phase EMC, but studies related to heart conditions in acute phase EMC are scarce. The present study aimed to evaluate cardiac changes and heart rate variability in time and frequency domain. Twenty-two animals were divided into two groups: a control group (CG) composed of 10 healthy dogs and a sick group (DG), composed of twelve dogs naturally infected by ehrlichiosis, presenting clinical and haematological signs of the disease in the acute phase. A conventional electrocardiogram, Holter ambulatory electrocardiogram, blood pressure measurement, blood count and biochemical analyzes (urea, creatinine, ALP, ALT, and GGT) were performed. In GD, the predominance of sympathetic autonomic nervous system activity on the parasympathetic was observed, with an increase in mean heart rate and a decrease in heart rate variability indexes in time and frequency domain. As to heart rate, 58.33% of the animals presented predominant sinus tachycardia. No significant clinical repercussion arrhythmias were observed during the monitoring of the animals in both groups. The mean systemic blood pressure differed between the groups studied. Serum concentrations of urea, creatinine, ALP, ALT, GGT were within the reference values for the species. No data were found to confirm that in the acute phase there was enough time for the disease to cause damage that would have arrhythmias, as it does in the chronic phase. However, there was a decrease in heart rate variability in sick animals.