Tesis
Entre a literatura e a política: cultura e poder na representação do índio em José de Alencar
Autor
Barreiro, José Carlos [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Institución
Resumen
No Brasil do século XIX, ao processo de emancipação política seguiu-se um processo de construção de uma memória nacional particular, visando legitimar o novo regime que se estabeleceu. O palco onde se desenvolverão essas questões será a literatura que, por meio do romantismo, seria capaz de expressar a especificidade do Brasil enquanto nação. O índio, associado à natureza, aparece então como um dos principais motivos literários, já que era visto como elemento capaz de expressar a especificidade brasileira. Nesse processo, política e literatura se unem de forma indissociável. Pensando a coerência interna da obra de José de Alencar, nossa proposta é analisar a maneira pela qual ele constrói seus conceitos de literatura e de nacionalidade e de que maneira esses conceitos articulam questões culturais e questões de poder, tendo como base a representação que o autor constrói a respeito do índio em dois romances: O Guarani (1857) e Iracema (1865). In Brazil at the nineteenth century, the political emancipation process followed by a construction of a particular national memory process to legitimize the new regime that was established. The stage where these issues will be develop the literature, through Romanticism, would be able to express the main Brazil’s characteristics as a nation. The Indian, associated with the nature, appears as a major literary subjects, as it was seen as an element with conditions of expressing the Brazilian specificity. In this construction process, politics and literature come together, in an inseparable way. Thinking about the internal logic of José de Alencar's work, our goal is to analyze the way in which the author builds his literature concepts and nationality and how these concepts articulate cultural issues and issues of power, based on the representation that the author builds about the Indian in two fictional narrative: the Guarani (1857) and Iracema (1865).