dc.description.abstract | Apesar dos estudos epidemiológicos informarem melhorias da situação de saúde bucal, observada globalmente, a cárie dentária permanece com altas prevalências em quase todas as idades. No Brasil, para os pré-escolares, são diagnosticados índices elevados de cárie com distribuição heterogênea entre populações e há escassez de informações, assim como, sobre as causas subjacentes e espacialmente demarcadas referentes à doença. O presente estudo objetivou determinar a prevalência e gravidade de cárie em pré-escolares do PSF nos Distritos Sanitários (DS) II e IV/Recife e analisar fatores de risco. O desenho de estudo foi transversal com um caso-controle aninhado. Os critérios de exames seguiram
padronizações da OMS/MS e a amostra foi probabilística. Calculou-se distribuição de freqüência do ceo-d, comparação de médias, proporções e fatores de ponderação para a representatividade da amostra. As crianças analisadas no inquérito foram incluídas no caso-controle. Adotou-se uma variável binária para a ocorrência de cárie, considerando-se casos aqueles indivíduos com ceo-d≥1. Para gravidade os casos foram aqueles com ceo-d≥4. Foram calculadas OR brutas e seus IC 95%, sendo as variáveis associadas ao desfecho com nível de significância p≤0, 20, em análises univariadas, submetidas a Modelos de Regressão Logística Multivariados com método de seleção de variáveis backward stepwise e critério de
permanência no modelo p≤0,10. As prevalências e médias ceo-d foram aos 18-36 meses e 5 anos, respectivamente: DSII 31,1%, 1,15 e 63,3%, 3,65; DS IV 28,1%, 0,99 e 64,1%, 3,01. As razões de prevalência não apresentaram diferenças significantes entre DS e idades. Entre microrregiões, diferenças na prevalência e ceo-d ocorreram no DS IV. Foram fatores de risco comuns de ocorrência de cárie em ambas as idades e de gravidade de cárie aos 5 anos: ingerir doces entre as refeições e procurar a unidade de saúde para tratamento. Aos 5 anos foram: a baixa
escolaridade do cuidador e morar com mais de 6 pessoas. Os fatores de risco relacionados ao tempo de moradia nas áreas e residir no DS II, e outros fatores de risco apresentaram associações com ceo-d ≥1 ou ≥ 4 nas idades do estudo. Concluise que a prevalência e a gravidade de cárie foram elevadas e maiores aos 5 anos. Apesar das semelhantes condições socioeconômicas entre as áreas, diferenciais existem e indica nichos sociais em piores situações de vida. Os fatores de risco que demandam intervenções intersetoriais predominaram. | |