Dissertation
Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso-Método Canguru a proposta brasileira, os conhecimentos e as práticas dos profissionais de saúde em maternidades públicas da cidade do Rio de Janeiro
Fecha
2005Registro en:
HENNIG, Marcia de Abreu e Silva. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso-Método Cangurua proposta brasileira, os conhecimentos e as práticas dos profissionais de saúde em maternidades públicas da cidade do Rio de Janeiro. 2005. 106 f. Dissertação (Mestrado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.
Autor
Hennig, Marcia de Abreu e Silva
Institución
Resumen
Este trabalho contextualiza a proposta brasileira na Atenção Humanizada ao
Recém-Nascido de Baixo Peso - Método Canguru (AHRNBP-MC), partindo do
histórico do método no mundo e sua aplicação no Brasil.
Partindo da leitura documental de fontes primárias que incluíram textos oficiais
produzidos pelo Ministério da Saúde, o estudo proporcionou uma reflexão sobre a
AHRNBP-MC como estratégia de qualificação do cuidado neonatal.
Com o objetivo de identificar os conhecimentos e as práticas sobre a AHRNBP–
MC de profissionais médicos e de enfermagem em maternidades públicas da cidade do
Rio de Janeiro, realizamos um estudo descritivo transversal realizado através de
questionário sobre as características das onze maternidades públicas da cidade do Rio de
Janeiro, selecionadas para o estudo e de questionário sobre o conhecimento e as práticas
da Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru,
respondidos por 148 médicos e enfermeiros atuantes nestas unidades.
Os resultados aqui apresentados permitem mapear a forma de cuidado neonatal
que atinge 74% dos prematuros e 67% dos muito baixo peso (MBPN) atendidos no
Sistema Único de Saúde (SUS), no município do Rio de Janeiro, segundo dados do
Sistema de Informação sobre Nascidos-Vivos – SINASC.
A análise do processo de implantação da AHRNBP-MC proposta pelo MS nos
permite mapear uma experiência consideravelmente mais ampla do que a dos países que
adotaram ou discutem o Método Canguru em cenários de extrema dificuldade de acesso
à assistência neonatal e mais ampla do que aquela encontrada nos países desenvolvidos,
nos quais também encontramos os elementos ligados às intervenções no ambiente e na
forma do cuidado neonatal, incluindo aqui o incentivo ao contato pele-a-pele.
Em nosso estudo observamos, em relação a situação das unidades do estudo
quanto à capacitação na AHRNBP-MC, que 135 profissionais participaram do curso de
capacitação de 40 horas, sendo que destes, 117 permanecem na unidade. Dentre as onze
unidades, cinco ofereceram estratégias locais para treinamento. Com relação aos
elementos de estrutura e da rotina do cuidado neonatal, das onze maternidades estudadas
oito possuem a 2ª e 3ª etapas do método, sendo cinco adequadas em relação à Norma do
MS para os critérios da 2ª etapa, oito adequadas para a 3ª etapa e destas, seis com
estrutura para o seguimento.
Destacamos que oito maternidades dispõem de iluminação setorizada, porém em
nenhuma delas há existência de tratamento acústico.
Dentre os resultados relacionados às práticas destacamos que 83% dos
profissionais relataram que as principais informações dadas aos pais na 1ª visita são
sobre o quadro clínico do bebê; 81% referiram estimular a mãe para o cuidado com o
bebê, exercendo a maternagem e 34% dos profissionais referiram utilização de sucção
não nutritiva como estratégia de minimização de dor e desconforto.
Desta forma concluímos que, apesar do conhecimento teórico sobre a Atenção
Humanizada, os profissionais ainda não o utilizam plenamente em sua prática clínica
sugerindo que a abrangência de suas diretrizes ainda não está completamente assimilada.