Thesis
Desplazamiento forzado y periferias urbanas: la lucha por el derecho a la vida en Medellín
Fecha
2010Registro en:
GÓMEZ BUILES, Gloria Marcela. Desplazamiento forzado y periferias urbanas: la lucha por el derecho a la vida en Medellín. 2010. 281 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2010.
Autor
Gómez Builes, Gloria Marcela
Institución
Resumen
O deslocamento forçado pela violência na Colômbia é um processo histórico de expropriação
e violação sistemática dos direitos humanos, que impacta os processos vitais ao nível
individual e social gerando um profundo dano na qualidade de vida das pessoas vítimas deste
crime. O abandono obrigado dos lugares de moradia habitual é experimentado pelas
populações para evitar as consequências mortais da guerra ou de outras situações que
envolvem o uso da força para desocupar o campo. As cidades são os principias locais de
destino dos desterrados e, a periferia urbana é o espaço onde cada uma destas pessoas se
inserem para reconstruir a sua vida. No enquadramento do doutorado em Saúde Pública da
Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz se realizou a presente
investigação focalizada nas experiências dos moradores de Altos de la Torre, Pacífico e
Nuevo Amanecer (Mano de Dios), lugares de assentamento de população em situação de
deslocamento forçado em Medellín. O objetivo desta pesquisa foi descrever e analisar os
processos organizativos da população deslocada e as relações construídas com outros atores
sociais em estes territórios. Além disso, procurou-se identificar a suas ações coletivas em esta
cidade. Para isso, realizou-se um estudo etnográfico no período compreendido entre fevereiro
de 2008 e março de 2009. A partir dos resultados e as conclusões pode-se identificar o
deslocamento forçado como um processo dialético, que expõe uma clara contradição entre as
situações de desarraigamento e ruptura geradas a partir do desterro e, a produção e reprodução
social da vida no contexto urbano. Deste modo, desencadeiam-se processos coletivos, no meio
das construções possíveis, bem como das disputas de poder, conflitos e violências que
determinam em grande medida estas experiências. Também é importante ressaltar que apesar
de ser o Estado colombiano o responsável pela atenção à população deslocada, a suas
respostas limitam o direito à reparação integral e aprofundam as condições de miséria e
exclusão. Em este contexto, os desterrados desenvolvem iniciativas de organização e
participação para tentar satisfazer necessidades básicas e exigirem seus direitos. A sua
capacidade de ação se vê limitada por vários fatores, entre eles o empobrecimento radical, as
desconfianças, a burocracia institucional, o assistencialismo, e, os múltiplos conflitos e
violências.