Thesis
Moderno movimento hospice: fundamentos, crenças e contradições na busca da boa morte
Fecha
2009Registro en:
FLORIANI, Ciro Augusto. Moderno movimento hospice: fundamentos, crenças e contradições na busca da boa morte. 2009. 192 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2009.
Autor
Floriani, Ciro Augusto
Institución
Resumen
O moderno movimento hospice, movimento que alberga os cuidados paliativos e cuidado
hospice, vive um momento de grande expansão e visibilidade global, especialmente
diante do envelhecimento da população mundial, da maior longevidade proporcional da
população idosa e do aumento da prevalência das doenças crônico-degenerativas. Mas a
propagação deste movimento em direção ao modelo biomédico e a introdução de suas
práticas no sistema de saúde representa um desafio aos seus princípios, como nãoabandono e cuidados centrados na autonomia do paciente. Estes princípios estão
fundamentados em um conjunto de características que revivem um modelo de morte
conhecido como “boa morte”, e organizam um conjunto de ações que inserem este
modelo dentro de um cenário médico de alta tecnologia. Este estudo de natureza bioética
explora os fundamentos, o desenvolvimento histórico, e as crenças do moderno
movimento hospice, analisando as crenças e as contradições em seu discurso,
notadamente aquelas que se referem a seu modelo de boa morte. Analisa, também, os
desafios e as perspectivas que se apresentam à filosofia do movimento hospice, tanto no
plano dos sujeitos individuais, como no plano dos sujeitos coletivos, face ao crescente
processo de rotinização e medicalização envolvidas em sua institucionalização. Concluise pela necessidade de difundir as práticas assistenciais do moderno movimento hospice
no sistema de saúde pautada em mecanismos que permitam a organização cotidiana
destas práticas com a flexibilidade necessária para que este importante movimento não
seja um mero instrumento de manipulação do processo de morrer e da morte, e para que,
ao contrário, o maior interessado, o paciente, tenha um processo de morte em que seja
reconhecido, respeitado, protegido e não seja abandonado.