dc.description.abstract | Introdução: A freqüência, a gravidade e as repercussões sociais dos problemas de voz
o transformaram em uma questão relevante para a Saúde Pública e para a Saúde do
Trabalhador. A análise dos fatores de risco relacionados à voz profissional deve incluir
tanto questões individuais como aspectos ambientais e organizacionais. Seu uso
incorreto, originando ajustes inapropriados no modo de produção vocal, e a grande
demanda vocal são fatores importantes para o desencadeamento de alterações no
aparelho fonador dos professores. Uma parcela significativa deles desenvolve sintomas
laríngeos, faríngeos e/ou cervicais de diferentes tipos e graus de severidade, afetando
seu desempenho vocal. O absenteísmo e freqüentes pedidos de licença médica, além das
incapacidades permanentes neste grupo, sobrecarregam os serviços de saúde e de perícia
médica. A Lista Brasileira de Doenças Relacionadas ao Trabalho, produzida pelo
Ministério da Saúde e adotada pelo Ministério da Previdência, não incluiu os
transtornos da voz relacionados ao trabalho e a legislação vigente sobre aptidão e
inaptidão vocal para o trabalho é ainda insuficiente e imprecisa. Objetivos: Avaliar
diagnósticos, causas e critérios de readaptação funcional por problemas de voz de
professores da rede pública municipal de ensino da cidade do Rio de Janeiro durante o
ano de 2007. Material e método: revisão da literatura técnica e normativa, estudo
descritivo observacional com uso de prontuários médicos e entrevistas com
profissionais da Gerência de Perícias Médicas (GPM) da Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro. Resultado: 41,73% dos professores foram readaptados em 2007 por disfonia
correspondendo a 1% de todos os professores da rede pública municipal do RJ; 97,67%
do sexo feminino; média de idade: 46,6 + 8,4 anos; média de tempo de magistério: 18,5
+ 8,2 anos; tempo médio de readaptação: 3,5 + 4,16 anos; 67,37% de lesões orgânicas
(espessamento de bordo livre: 26,02%; nódulos: 24,39%) e 32,63% de funcionais
(fendas: 79,46%). Conclusão: O adoecimento vocal apresentado pelos professores deve
ser valorizado e incluído no roll das patologias relacionadas ao trabalho. Programas de
saúde vocal devem ser introduzidos para a prevenção destes agravos. | |