Dissertation
O processo de reforma psiquiátrica no Município de Barbacena-MG no período 2000-2004: um estudo de caso acerca da cidade dos loucos
Fecha
2009Registro en:
FASSHEBER, Vanessa Barreto. O processo de reforma psiquiátrica no Município de Barbacena-MG no período 2000-2004: um estudo de caso acerca da cidade dos loucos. 2009. 94 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2009.
BR526.1; R362.2098151, F249p
Autor
Fassheber, Vanessa Barreto
Institución
Resumen
O presente trabalho propõe um estudo de caso acerca do processo de
transformação em saúde mental do município de Barbacena-MG, no contexto da
Reforma Psiquiátrica brasileira. Partiu-se do estudo da criação da assistência
psiquiátrica no estado mineiro, delineando os principais fatores presentes na história
da psiquiatria mineira.
Para tal realizou-se a busca documental em relatórios, reportagens, projetos e
demais fontes primárias. O estudo foi dividido cronologicamente em três períodos
históricos distintos: o primeiro momento representou o auge do manicômio enquanto
poder supremo da psiquiatria, destacando o período da constituição da assistência
psiquiátrica em Barbacena até o ano de 1979, quando o psiquiatra italiano Franco
Basaglia visitou o município. O segundo período compreendido entre os anos de
1979 e 2000 buscou delinear as primeiras denúncias acerca do modelo vigente e
das primeiras transformações assistenciais. Por fim o foco foi mantido sobre o
período 2000 a 2004, quando Barbacena deu início a tentativa de construção de
uma rede de serviços substitutivos.
Além da utilização da busca documental foram ainda realizadas análises
bibliográficas a partir de conceitos-chave do processo de Reforma Psiquiátrica,
Desinstitucionalização e “Doença Mental entre parênteses”. Os dados obtidos foram
ainda complementados com o recurso do diário de campo.
A construção de uma rede de saúde mental em Barbacena é uma experiência
tardia. A partir do ano 2000 diversos serviços substitutivos foram criados, como
Caps, Naps e Serviços Residenciais Terapêuticos. Ao mesmo tempo ocorreu o
fechamento e descredenciamento de hospitais psiquiátricos, culminando em uma
significativa redução de leitos. Apesar do avanço evidenciado, a rede de saúde
mental apresentou pontos vulneráveis, exigindo, portanto a criação de novos
serviços e a reformulação de serviços já existentes.