dc.description.abstract | Estudos sobre a importância de rede e apoio social nos desfechos em saúde têm
sido desenvolvidos nos últimos 30 anos. Rede social é definida como o grupo de
pessoas com as quais o indivíduo mantém contato ou alguma forma de vínculo social.
Apoio social refere-se à funcionalidade da rede social (apoio emocional, apoio material
entre outros).
O presente estudo dá continuidade à avaliação das propriedades psicométricas da
escala de apoio social utilizada em um estudo de coorte de trabalhadores de uma
universidade pública no Rio de Janeiro - Estudo Pró-Saúde – por meio da avaliação de
sua validade de constructo através da análise fatorial confirmatória.
Essa investigação baseia-se nos dados de 4030 participantes obtidos na primeira
fase desse estudo (1999), onde um questionário multidimensional foi utilizado. Nesse
foi incluída a escala de apoio social elaborada para o Medical Outcomes Study (MOS),
que foi adaptada para o português, no âmbito do estudo. Foi realizada a análise fatorial
confirmatória com o intuito de avaliar os modelos com três, quatro e cinco fatores
quanto ao ajuste, validade convergente e validade discriminante. O método de
estimação utilizado foi o WLSMV (mínimos quadrados ponderados robusto),
recomendado para modelos com indicadores categóricos que não apresentam
distribuição normal multivariada como é o caso dos indicadores da escala de apoio
social do MOS. As medidas de ajuste utilizadas foram o CFI (índice de ajuste
comparativo), o TLI (índice de Tucker Lewis), o RMSEA (raiz do erro médio
quadrático de aproximação), a estatística χ², e o WRMR (weighted root mean square
residual). O pacote estatístico utilizado foi o Mplus.
Dos modelos testados, aquele que se comportou melhor foi o de quatro fatores,
com valores do CFI de 0,897 e do TLI de 0,987 indicando ajuste adequado. No entanto,
os resíduos apresentaram-se altos (RMSEA=0,131; WRMR=3,727), indicando não
adequação desse modelo. A validade convergente foi considerada satisfatória,
apresentando valores acima de 0,50 para a variância extraída e acima de 0,70 para a
confiabilidade composta em todas as dimensões. Quanto à validade discriminante,
somente a dimensão material destacou-se das demais.
Concluiu-se que embora o modelo de quatro fatores tenha apresentado algumas
vantagens em relação aos outros modelos estudados, ainda há necessidade de
implementar mudanças, visando a melhoria do ajuste. Essas mudanças se dariam no sentido da exclusão de itens, e não apenas da adição de dimensões, o que é sugerido
também pelos resultados insuficientes da validade discriminante daquele modelo -
elevada correlação entre as dimensões “informação” e “emocional” . Uma escala com
menor número de itens pode aperfeiçoar a mensuração do apoio social e trazer novas
conclusões às investigações de sua importância entre os determinantes de saúde e bem
estar. | |