info:eu-repo/semantics/article
Espaços virtuais, redes eletrônicas e o campo dos saberes em Antropologia
Autor
Rocha, Ana Luiza Carvalho da
Resumen
A complexidade das formas de conhecimento em Antropologia, para além da problemática da era pós-moderna e do aparecimento da etnografia experimental, adquire um sentido novo quando confrotada com novas tecnologias da inteligência e suas formas mais integrativas, criativas e interativas de geração de conhecimento seja enquanto veículo de disseminação da cultura contemporânea seja na ação compreensiva dos tempos e dos espaços sociais daí decorrentes. Em parte, a incorporação de novas tecnologias no campo da produção científica das ciências humanas tem exposto o pesquisador à dinâmica cultural implícita que preside as leis e convenções adotadas em seu processo de conhecimento acerca do mundo contemporâneo, Em especial, os estudos que incorporam fotografia, cinema e vídeo na construção de novas narrativas etnográficas tem possibilitado um reflexão mais sistemática acerca das técnicas como um dos elementos que participa do desenvolvimento das produções simbólicas humanas. Sem dúvida há que dimensionar a incorporação das recentes descobertas em tecnologica virtual enquanto fenômeno que integra o trajeto que instituiu a própria ordem ontológica ou axiológica da estrutura do conhecimento humano desde seus primórdios, apoiando-se os estudos acerca das manifestações técnicas e estéticas no domínio das ciências humanas. No caso particular da Antropologia, isto significa não a possibilidade do pesquisador empregar tais recursos advindos do desenvolvimento da técnica e da linguagem virtual como suporte-ilustração da argumentação de sua experiência “em campo” (como no caso do uso da linguagem analógica da fotorafia) mas, principalmente, de aceitar o desafio de gerar novas estruturas narrativas na produção de estudos etnográficos a partir da exploração de hipertextos que estão para além do texto alfabético (diagramas, esquemas, simulações, ideogramas, mensagens iconográficas ou filmicas). Tomando-se como foco central o espaço de problemas do tratamento documental do patrimônio e memória no mundo contemporâneo à luz dos estudos sobre narrativas em história, das inter-relações entre nascimento da cultura escrita e a fundação racional do discurso científico, o que se propõe aqui é re-situar o tema da utilização de novas tecnologias no terreno da investigação antropológica e das encruzilhadas epistemológicas daí decorrentes, lugar de onde se descortina os horizontes de uma cyberantropologia.