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DIGRESSÕES SOBRE A REPRESENTAÇÃO NA ARTE DO ATOR PROFISSIONAL ELISABETANO
Registro en:
10.22456/2236-3254.61201
Autor
Castaman, Aline
Resumen
Este estudo pretende discutir a arte dos atores das companhias profissionais elisabetanas em sua relação com a preparação de seus papeis para a apresentação dos espetáculos. A ideia de ensaio não existia e o que vigorava era o estudo privado, no qual o ator se dedicava a identificar as ‘paixões’ em cada uma das parts – transcrições das falas e “deixas” das personagens. A preparação do ator envolveria técnicas baseadas em um sistema tradicional de transmissão de regras e convenções de elocução e gestos, e na identificação e manifestação das "paixões". A forma como cada ator se preparava dependia exatamente das circunstâncias da temporada teatral. Era um processo bastante exigente para os atores já que se apresentavam seis dias por semana e cada dia uma peça diferente. Até o final da temporada, ou seja, de Abril a Setembro, teriam representado cerca de quarenta personagens. Poetas, donos de companhias, atores e muitos outros homens que trabalhavam com teatro respondiam às prioridades e necessidades da época. Tal prática sugere certa mobilidade e autonomia possível entre os atores a partir do momento que eles receberiam suas parts. Este estudo tem como objetivo valorizar a arte dos atores, além de problematizar a relação hierárquica e mesmo hegemônica do texto e dos poetas em detrimento do ator. Os atores eram os responsáveis pela transposição cênica da história, composta por vários documentos que reunidos teceriam a unidade da peça no palco. As peças eram criadas para serem montadas e não vendidas imediatamente. As pesquisas de críticos e teóricos contribuem para fundamentar e mesmo se opor à proposição. Thomas Wright, Alan Badiou, Tiffany Stern e Matteo Bonfitto são alguns dos autores cujas perspectivas contribuem para problematizar a questão circundante a respeito da interpretação dos atores profissionais do período elisabetano.