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Missionary entradas and identity formation in Amazonia: the Jesuit missions of Maynas, c. 1638-1767
Entradas missionárias e processos étnicos na Amazônia: o caso das missões jesuíticas de Maynas (c. 1638-1767)
Autor
Lopes de Carvalho, Francismar Alex
Resumen
This article examines the role of missionary entradas in the region of Maynas in relations between the diverse ethnic groups involved. The Maynas missions were established among the Indians who lived in the western fringes of Amazonia, specifically in the valleys of the Marañón, Napo, and Amazon rivers. The Company of Jesus was active in the region between 1638 and 1767. Missionary entradas were military expeditions that sought to attract Indians from the environs to live on reductions, either through force or persuasion. A common practice in other areas of Jesuit activity, in Maynas entradas occurred with an unprecedented frequency until the eve of Jesuit expulsion. These expeditions served both the missionaries’ goals of expansion and territorial consolidation as well as those of indigenous contingencies of increasing their human resources in the wake of increased interethnic rivalry. Nevertheless, as I seek to demonstrate for the Amazonian case, indigenous realities subsumed missionaries’ designs. Successive entradas attempted to place groups that did not accept living together in the same village; as a result, the number of reductions grew much larger than the capacity of the Jesuits to attend them. This was a cyclic process, as the formation of new villages with few residents impelled further missionary entradas to balance and make the province uniform. O presente estudo analisa o papel que as entradas missionárias desempenharam na conformação territorial das missões jesuíticas de Maynas e nas relações entre as diversas etnias envolvidas. As missões de Maynas foram estabelecidas entre os índios que viviam nas franjas ocidentais da Amazônia, concretamente nos vales dos rios Marañón, Napo e Amazonas. A Companhia de Jesus, a serviço da monarquia espanhola, atuou na região entre 1638 e 1767. As entradas missionárias eram expedições militares que tinham por objetivo atrair, por via da força ou da persuasão, os índios dos arredores para a vida em reduções. Prática corrente em outras missões jesuíticas, as entradas eram realizadas, em Maynas, com uma frequência inaudita e foram comuns até às vésperas da expulsão da Companhia. É certo que essas expedições atendiam ao projeto missionário de expansão e consolidação territorial e às perspectivas de cada parcialidade ou etnia indígena de aumentar seus recursos humanos diante da rivalidade interétnica. Contudo, como procuro demonstrar para o caso amazônico, a perspectiva nativa, alterada pela situação colonial, parece ter subsumido o programa missionário: as sucessivas entradas procuravam reduzir parcialidades que não aceitavam conviver juntas em um mesmo pueblo; como resultado, o número de reduções tornou-se muito maior do que a capacidade dos jesuítas de atendê-las todas. Esse era um processo cíclico, pois a formação de novos pueblos com poucos moradores obrigava a novas entradas missionárias para equilibrar e uniformizar a província.