Artículos de revistas
POESIA FEMININA SUBALTERNA NEGRA: UMA VOZ DE RESISTÊNCIA.
Registro en:
10.22456/1981-4526.43393
Autor
de Souza, Taise Campos dos Santos Pinheiro
Nau Literária, Comissão Editorial
Resumen
Em todo um processo histórico de opressão e exclusão da mulher por nossa sociedade patriarcal, pautada e normatizada pelo discurso masculino e branco, vimos as mulheres, especialmente as negras, ficarem relegadas ao silenciamento. Uma maior repressão às vozes de mulheres negras e consequentemente de suas produções se deve ao fato destas serem marcadas pelo preconceito em duas instâncias: a de gênero e a de raça, e por vezes a de classe. Diante dessa conjuntura, o seguinte trabalho busca refletir e discutir sobre poesias das escritoras negras Alzira Rufino e Conceição Evaristo que falam, debatem, tencionam sobre diversas questões socioculturais em torno da mulher negra e todo esse processo de exclusão e silenciamento, por meio desse mecanismo. Com isso buscamos mostrar como as vozes poéticas dessas mulheres tornam-se ferramentas que podem desconstruir estereótipos, “balançar” com estruturas socioculturais historicamente fixadas, e com a potencialidade de suas poesias podem lutar contra a opressão, exclusão e a negação de suas alteridades, ecoando suas vozes como forma de protesto, de resistência, em busca de serem ouvidas e de intervirem contra uma exclusão patriarcal construída historicamente em torno da mulher, principalmente a negra. Para embasar teoricamente esse trabalho nos pautaremos em autores (as) como Miriam Alves (2010), Vera Soares (2000), Ana Rita Silva (2010), Michel Foucault (2000), Roland Walter (1999), Rita Schmidt (1995), entre outros (as). Sendo assim a poesia constitui-se como forma de conscientização política e social, mostrando que estas mulheres negras, lutam, denunciam e buscam transformar um sistema hegemônico dominante que de vários modos as subalternizam, desestabilizando assim um conceito tradicional de subalternidade e dando um novo enfoque à literatura. É preciso, então, atentar para as vozes que foram e ainda por vezes são silenciadas, “abafadas” por discursos hegemônicos, fixos, enrijecidos, perpassá-las, trabalhando por meio de uma construção cultural em que essas vozes femininas negras sejam reconhecidas em sua alteridade e autonomia.