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ESCOLHA DE PORTFOLIO, INVESTIMENTO E NAO-NEUTRALIDADE DO MOEDA UMA CRÍTICA A TESE NEOCLÁSSICA DE NEUTRALIDADE DA MOEDA NO LONGO PRAZO
ESCOLHA DE PORTFOLIO, INVESTIMENTO E NAO-NEUTRALIDADE DO MOEDA UMA CRÍTICA A TESE NEOCLÁSSICA DE NEUTRALIDADE DA MOEDA NO LONGO PRAZO
Autor
Oreiro, José Luis
Resumen
The objective of the present article is to do a critical evaluation of the neoclassical thesis of long-run neutrality of money. We will argue that long-run neutrality of money is not a general result since it depends critically on a very particular hypothesis, that is, marginal productivity of capital is exogenous and independent of portfolio decisions taken by economic agents. In other words, long-run neutrality of money is not a direct result of the supposed convergence of real income towards its full employment level in the long-run; but also depends on the assumption of exogenous marginal productivity of capital. If this condition does not hold, than a once-and-for-all increase in money supply (a leftward shift of LM curve) will produce a reduction in real rate of return of capital assets, even if real income is on its full-employment level. This happens because an increase in money supply will produce a disequilibrium in money market, more precisely, a situation of excess supply of money which will induce economic agents to get ride of this excessive money by means of increasing their purchases of capital goods. Since real income is on its full-employment level, an increase in demand for capital goods will result in an increase of capital goods prices, thereby reducing real rate of return of capital assets. Money is not neutral in the long-run since it is capable to influence the composition of real output, even if its absolute level is constant, and the real rate of return of capital assets. O presente artigo tem por objetivo fazer uma avaliação crítica da tese neoclássica de que a moeda é não-neutra apenas no curto prazo. Nesse contexto, iremos argumentar que a neutralidade da moeda no longo prazo é um resultado pouco robusto, pois depende criticamente da hipótese de que a produtividade marginal do capital é constante e independente das decisões de portfólio dos agentes. Em outras palavras, a neutralidade da moeda no longo prazo não exige apenas que a economia esteja operando com plena utilização da capacidade produtiva - ou pleno emprego da força de trabalho - mas também que a produtividade marginal do capital não seja afetada por variações do investimento planejado. Se essa condição não for atendida, um aumento once-and-for-all da oferta de moeda (um deslocamento da LM para a direita) irá produzir uma redução da taxa real de retomo dos ativos de capital, mesmo no caso em que a economia esteja operando com pleno emprego da força de trabalho. Isso ocorre porque um aumento da oferta de moeda irá produzir uma situação inicial de excesso de oferta de moeda que induzirá os agentes a se livrar dessa moeda em excesso através de um aumento das compras de bens de capital, ou seja, através de um aumento do investimento. Com a economia operando em pleno emprego, o preço de oferta do equipamento de capital recentemente produzido irá aumentar, fazendo com que haja uma redução da taxa real de retomo dos ativos em consideração. A moeda é não-neutra no longo prazo porque ela é capaz de influenciar a composição - embora não o nível absoluto - do produto real, bem como a taxa real de retomo do investimento em capital fixo.