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Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendida
Autor
Fuchs, Flávio Danni
Resumen
Médicos antigos, mas nem tanto, aprenderam e decoraram que a história natural de cardiopatias que levavam à insuficiência cardíaca passava obrigatoriamente por deterioração da função sistólica. Nesta história, o agravo miocárdico levava à hipertrofia, perda da capacidade ejetiva, dilatação (a clássica lei de Frank-Starling), aumento das pressões a montante, edema pulmonar, dispnéia e, como freqüente nas enfermarias da Santa Casa naqueles anos, a insuficiência cardíaca congestiva, com anasarca. Com o advento do ecocardiograma, verificouse que em muitos pacientes faltava um elo nesta clássica seqüência, o déficit na função ejetiva, capturada no ecocardiograma pela fração de ejeção. Os céticos, como eu, demoraram a acreditar nesta nova entidade, a despeito de já vermos, àquela época, pacientes idosos em franca insuficiência cardíaca com coração pequeno. Fui plenamente convencido, há alguns bons anos, por atendimento de paciente em franco edema agudo refratário, em que o ecocardiograma identificava, na hora, fração de ejeção superior a 70%, com função segmentar preservada. Não estive sozinho em meu ceticismo, pois até recentemente se questionava se presumíveis casos de insuficiência cardíaca com função sistólica preservada não decorriam de erro diagnóstico.