Tesis
Família e Transtorno Mental: dilemas no acompanhamento e no cuidado
Author
Gonçalves, Grênia Sene Campos
Institutions
Abstract
TCC (Graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Socioeconômico. Serviço Social. O presente trabalho tem como objetivo central analisar as dificuldades das famílias no acompanhamento e cuidado de usuários com transtorno mental. Este trabalho caracteriza-se por sua natureza qualitativa, tendo como base revisão bibliográfica e pesquisa de campo, a qual foi conduzida junto ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), Florianópolis/SC. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas individuais semi-estruturadas com famílias de sujeitos com transtorno mental, além de informações adicionais que foram obtidas por meio do Grupo de Apoio Familiar (GAP) do HCTP. Através do contato direto e a possibilidade de diálogo com essas famílias, foram identificados os principais desafios vivenciados por elas, destacando-se a importância do cuidado ampliado e a sua participação no tratamento. Reconhece-se que, desde o movimento de desinstitucionalização e reforma psiquiátrica, a atenção e cuidado oferecidos a sujeitos com transtorno mental passaram por importantes transformações, em busca da ruptura da tradição de enclausuramento e exclusão social do paciente, além da mobilização da participação e envolvimento da família e da sociedade no tratamento do sujeito. No presente estudo, as famílias entrevistas levantaram uma série de dificuldades das quais enfrentam no cuidado de seu familiar infrator, entre elas: dúvidas sobre a doença, sobrecarga financeira, insegurança quanto ao comportamento violento de seu familiar e discriminação social. O regaste de vínculos entre sujeito com transtorno mental e família representa um grande desafio em diversos casos. Essa relação deve ser embasada em respeito e afeto, onde a singularidade e individualidade de todos sejam preservadas, de forma que a família não se sinta sobrecarregada e que o sujeito com transtorno mental possa regastar sua cidadania e autonomia. Para facilitar esse processo, o assistente social deve estabelecer um vínculo com as famílias, oferecendo escuta para seus sentimentos e angústias, esclarecendo dúvidas, aproximando os membros e tornando-os aliados do processo de tratamento.