Tese (Doutorado)
O ensino das habilidades de comunicação (HC) nas escolas médicas brasileiras
Autor
Liberali, Rafaela
Institución
Resumen
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2018. Objetivo: Analisar o ensino de habilidades de comunicação (HC) nas escolas médicas brasileiras. Métodos: Pesquisa transversal, descritiva. Foi enviado um questionário por e-mail aos coordenadores dos cursos de medicina de todas as 237 escolas médicas brasileiras inscritas no sistema eletrônico de ensino superior (e-MEC) até julho de 2016. Quando nenhuma resposta foi recebida, um telefonema ou entrevista presencial era realizada, com o coordenador ou um membro do corpo docente. A taxa de resposta foi de 162 escolas médicas (68,35%). A análise de dados quantitativos foi realizada com estatística descritiva e a dos dados qualitativos, com análise de conteúdo. Resultados: Entre as 162 escolas que responderam o questionário, 104 declararam possuir o ensino de HC em seus currículos (64,2%). O ensino de HC é mais frequente nas escolas com metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas. O ensino é mais frequentemente ministrado nos anos iniciais da formação, por professores médicos e clínicos e preceptores médicos. Diversas estratégias são utilizadas, com predominância de aulas teóricas (100%) e discussões de casos. As habilidades mais comumente ensinadas são a comunicação verbal e não verbal (100%) e o conteúdo avançado específico mais comum é dando más notícias (41%). Comparado a outros países, o único conteúdo diferente foi relacionado às HC para o "acolhimento . Conclusões: O ensino da HC ocorre no currículo formal de 64% das escolas médicas brasileiras. O único conteúdo do currículo de HC que difere do resto do mundo é o "acolhimento".Aplicabilidades e Perspectivas: Este estudo demonstra que as HC não estão sendo ensinadas em todas as escolas médicas brasileiras, havendo necessidade de sua promoção. Além disso, o ensino de HC para o "acolhimento" pode ser considerado por outros países, visando melhorar o cuidado ao paciente e a qualidade do sistema de saúde. Abstract : Aim: To analyze the teaching of communication skills (CS) in Brazilian medical schools. Methods: National, descriptive study. An e-mail questionnaire was sent to the coordinators of the medical courses of all 237 Brazilian medical schools enrolled in the higher education electronic system (e-MEC) up to July 2016. When no response was received, a telephone call was made or a face-to-face interview performed with the coordinator or a member of the faculty. The response rate was 68,35% (162 medical schools). The analysis of the quantitative data was performed through descriptive statistics and that of the qualitative data through content analysis. Results: Among the 162 schools that responded to the questionnaire, 104 reported having CS teaching in their curricula (64,2%). The teaching of CS was more frequent in schools using Problem-Based Learning methodology. The teaching was most often performed in the early years of the course, by medical and clinical professors and medical teachers. Diverse strategies were used, with theoretical classes predominating (100%) and case discussions. The most commonly taught skills were verbal and non-verbal communication (100%) and the most common specific advanced content was giving bad news (41%). Compared to other countries, the only different content was related to CS for the welcome . Conclusions: The teaching of CS occurred in the formal curriculum of 64% of the Brazilian medical schools. The only content of the CS curriculum that differed from the rest of the world was the welcome .Applicability and Perspectives: This study demonstrates that CS are not being taught in all Brazilian medical schools, with there being a need for the promotion of this. In addition, the teaching of CS for the welcome could be considered by other countries, aiming to improve patient care and the quality of the health systems.