Tese (Doutorado)
Práticas educativas maternas e comportamento pró-social infantil
Autor
Sabbag, Gabriela Mello
Institución
Resumen
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017. O comportamento pró-social é definido como uma ação que visa beneficiar o próximo e está associado à prevenção de problemas de conduta ao longo do desenvolvimento infantil. Considerando sua importância para as interações sociais, os contextos e as oportunidades para a aprendizagem e manutenção dos comportamentos pró-sociais na infância merecem ser investigados. Nesse sentido, esta pesquisa buscou detectar as relações e as predições entre as práticas e os estilos educativos maternos de 110 mães com o comportamento pró-social e os problemas de comportamento dos seus filhos, estudantes do primeiro ano do Ensino Fundamental, com idade entre cinco e seis anos. Para tanto, foram realizadas entrevistas com as mães sobre as práticas educativas, por meio do CRPR, e sobre o comportamento pró-social dos filhos, pelo SDQ. Com as crianças foram efetuadas as análises das dimensões comportamentais que envolvem o raciocínio, os sentimentos e à tendência à ação pró-social por meio do relato verbal das mesmas sobre as histórias, baseadas no paradigma do vitimizador feliz; e o comportamento de doar foi observado em uma situação semi-experimental. Os resultados indicaram que as crianças de cinco e seis anos apresentaram altos índices de raciocínio, sentimentos e tendência à ação pró-social, o que foi apoiado pelas mães que indicaram que a maioria dos filhos agem pró-socialmente. As crianças expressaram com maior facilidade os julgamentos estereotipados sobre a inadequação da situação em que há ausência do ato pró-social por parte do protagonista das histórias e apresentaram maior dificuldade para descrever seus sentimentos perante a não ocorrência do ato pró-social e as possíveis ações para o auxílio ao próximo. Não foram observadas diferenças na frequência do comportamento pró-social em crianças do sexo masculino e feminino, sob a perspectiva materna, mas as análises infantis indicaram que as meninas apresentaram avaliações mais pró-sociais que os meninos. As práticas maternas de estímulo a independência, suporte para autonomia, expressão de afeto e calor, as quais culminam em estilos autoritativos, apresentaram relações positivas com o comportamento pró-social infantil e associações negativas com os problemas de conduta. Contrariamente, as práticas maternas de controle autoritárias e indutoras de medo tiveram relações negativas com o comportamento pró-social das crianças e associações positivas com os problemas de conduta. A prática materna de suporte para independência foi preditora do comportamento pró-social e a prática de indução do medo foi preditora da menor frequência do comportamento pró-social infantil.<br> Abstract : Pro-social behavior is defined as an action that aims to benefit others and is associated with the prevention of conduct problems throughout child development. Considering its importance for social interactions, contexts and opportunities for learning and maintenance of prosocial behaviors in childhood deserve to be investigated. This research sought to detect the educational practices and maternal styles of 110 mothers and the relationships with the pro-social behavior of their children, students of the first year of elementary school, aged between five and six years. Interviews were conducted with mothers about child rearing practices, through the CRPR, and about the children's pro-social behavior, through the SDQ. With the children, the analysis of the behavioral dimensions involving the reasoning, the feelings and the pro-social tendency to action through the verbal narrative of the stories, based on the paradigm of the happy victimizer; pro-social behavior was observed in a semi-experimental situation. The results indicated that children of five and six years old presented high levels of reasoning, feelings and tendency to pro-social action, which was portrayed by the mothers who indicated that most of the children act pro-socially. The children expressed more easily the stereotyped judgments about the inadequacy of the situation in which the protagonist of the stories is absent from the pro-social act and presented more difficulty to describe their feelings before the non-occurrence of the pro-social act and the possible actions to help others. There were no differences in the frequency of prosocial behavior in males and females from a maternal perspective, but infant analyzes indicated that girls presented more pro-social assessments than boys significantly. The maternal practices of stimulating independence, support for autonomy, expression of affection and warmth, which culminated in authoritative styles, presented significant positive relationships with children's pro-social behavior and significant negative associations with behavioral problems. In contrast, maternal practices of authoritarian and fear-inducing control had negative relationships with children's pro-social behavior and positive associations with behavioral problems. The maternal support practice for independence was a predictor of the pro-social behavior and the practice of fear induction was a predictor of the low frequency of children's pro-social behavior.