Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2017A introdução da Embalagem de PET (polietileno tereftalato) no Brasil, na década de 80, trouxe comodidade e segurança no acondicionamento de produtos, ao consumidor e à indústria. No entanto, trouxe também o desafio de sua reciclagem, quanto à questão de redução de recursos naturais e a questão do tratamento do lixo descartado diariamente em todo o Brasil. O volume tem aumentado tanto que seria impossível debater sobre a reciclagem do plástico sem falar sobre gestão de resíduos, coleta seletiva, aterros sanitários, comportamento do consumidor, etc. A indústria têxtil e de embalagens para alimentos são os setores que mais contribuem com a reciclagem do plástico. Esses dois setores utilizam cerca de 60% do PET reciclado no país. O setor das indústrias de reciclagem de plástico PET passa por um processo de expansão dos mercados de resinas reciclada e busca ampliar a participação das cadeias de suprimento das indústrias automobilística, eletroeletrônica, de eletrodomésticos, etc. O aumento gradual da satisfação do mercado consumidor e o desenvolvimento de mercados, principalmente caracterizado como ambientalistas e ecologistas, têm oportunizado o aumento da qualificação técnica de recursos humanos e tecnológicos, dentre outros. O objeto dessa pesquisa são as indústrias de reciclagem de plástico PET do Estado de Santa Catarina, dentro do contexto das discussões contemporâneas sobre reciclagem. Busca-se investigar analiticamente a origem, a evolução, o funcionamento geoeconômico e a espacialização das indústrias de reciclagem de plástico (PET) em Santa Catarina. Nesse contexto, buscaram-se alguns aportes teóricos, principalmente, em Milton Santos (1979), numa abordagem sobre a base de formação sócio espacial, uma vez que a cadeia de reciclagem é decorrente do atual estágio de desenvolvimento das forças produtivas e da divisão social e territorial do trabalho, por envolver atores de diversos grupos sociais: cooperativas e associações de catadores, centros de triagem, sucateiros/intermediários, revendedores de recicláveis, indústrias de reciclagem, poder público e consumidor.Abstract: The introduction of PET (polyethylene terephthalate) bottles in Brazil in the 1980s brought comfort and safety to the packaging of products, to consumers and to the industry. However, it also brought the challenge of its recycling, considering the issues of the reduction of natural resources and the treatment of waste discarded daily throughout Brazil. The volume has increased so much that it would be impossible to discuss plastic recycling without talking about waste management, selective collection, landfills, consumer behavior, etc. The textile and food packaging industry are the sectors that most contribute to the recycling of plastic. These two sectors use about 60% of the recycled PET in our country. The PET plastic recycling industry is undergoing a process of expansion of the recycled resin markets and seeks to increase the participation of the supply chains of the automobile, electronic, and home appliances industries, among others. The gradual increase in the satisfaction of the consumer market and the development of markets, mainly characterized as environmentalists and ecologists, have allowed for an increase in the technical qualification of human and technological resources, among others. The object of this research is the PET plastic recycling industries of the State of Santa Catarina, within the context of contemporary discussions about recycling. We aim to investigate the origin, evolution, geoeconomic functioning and spatialization of plastic recycling (PET) industries in Santa Catarina. In this context, some theoretical contributions were sought, mainly in Milton Santos (1979), in an approach based on socio-spatial formation, since the recycling chain stems from the current stage of development of productive forces and social division, because it involves actors from different social groups: cooperatives and associations of waste pickers, sorting centers, scrap yards / intermediaries, recyclable resellers, recycling industries, public authorities and consumers.