dc.description | O gato (Felis catus) convive com seres humanos há mais 10.000 anos e tornou-se um dos animais de estimação mais populares do mundo. Seu repertório de vocalização é mais extenso que a maioria dos demais membros da Ordem Carnívora, o que pode ser explicado pela sua organização social, atividade noturna e longo período de contato entre a mãe e filhotes. E ainda assim, há poucos estudos fonéticos sobre vocalizações em gatos. O objetivo deste estudo foi identificar a presença de vocalizações adicionais ao miado em situação aversiva e positiva, bem como verificar o efeito do sexo do animal e associar à comunicação corporal. Foram utilizados 74 gatos sem raça definida (SRD) domiciliados em Curitiba – Paraná divididos de acordo com o tipo de estímulo a que foram expostos: grupo positivo exposto à oferta de petisco (GP) e grupo aversivo expostos à colocação e manutenção do gato em caixa de transporte (GC). Seis animais participaram das duas situações. Apenas o grupo GP apresentou vocalizações adicionais ao miado. Dos 40 animais expostos à situação positiva, 14 apresentaram vocalizações adicionais ao miado (35,0%), dentre eles o reconhecimento/trinado (50,0%), “squeak” (35,7%), ronronado (21,4%), e o “chatter” (7,1%). Não se observou um padrão de comunicação corporal associado às vocalizações. Dos 14 animais que apresentaram vocalizações adicionais ao miado, 11 eram fêmeas e três eram machos. Estes valores foram submetidos ao teste Chi-Quadrado de Pearson obteve-se o valor de p=0.08, acima do valor de significância aceito de p<0.05, mas com uma tendência de que fêmeas vocalizam de forma mais diferenciada que machos. Conclui-se que em situação positiva há vocalizações adicionais ao miado, o que indica a importância do estudo de outros sons além do miado para diagnóstico de valência do estado emocional. | |