dc.contributorToneli, Maria Juracy Filgueiras
dc.contributorBeiras, Adriano
dc.contributorUniversidade Federal de Santa Catarina
dc.creatorMartins, Emerson
dc.date2018-04-13T19:30:16Z
dc.date2018-04-13T19:30:16Z
dc.date2017
dc.date.accessioned2018-10-31T20:32:19Z
dc.date.available2018-10-31T20:32:19Z
dc.identifier350543
dc.identifierhttps://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/185482
dc.identifier.urihttp://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/1786755
dc.descriptionTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017.
dc.descriptionEsta tese em Psicologia problematizou como sujeitos homossexuais, que vivem em cidades pequenas, inventam-se, fabricam-se, fazem-se a partir da resistência às verdades, discursividades e normatividades, que são impostas sobre eles e sobre suas homossexualidades. Que fissuras, no tecido social, no aparato discursivo e em si mesmos, foram necessárias para reconhecerem a homossexualidade como posição de sujeito possível? Busquei, nas narrativas e experiências (subjetivações) daqueles homens homossexuais, compreender que práticas políticas de liberdade, de resistência e de cuidado de si, surgiram a partir da constatação de que não poder viver a homossexualidade é um dano. No que concerne à experiência da homossexualidade como posição do sujeito, inspirado no pensamento de Foucault sobre experiência, articulei saberes e teorias sobre a temática, em campos multideterminados, à matriz sexo-gênero como produtora de heteronormatização e aos modos de existências de homens gays em uma cidade do interior que apresentasse características de vigilância, religiosidade e controle. Observei descontinuidades e historicidades que há no processo hermenêutico do voltar-se para si; refleti sobre a coexistência de discursos sobre determinado objeto; problematizei as possibilidades da busca pela verdade, ciente de sua construção sociocultural e de sua discursividade. Apoiado em Rancière transgredi ao paradigma do consenso do que seja política e acessei o importante peso da subjetivação e de seus processos, colocando a subjetividade, e o cerceamento dela, no campo da visibilização, do conflito, do instável e da ação. Em termos metodológicos, utilizei-me de princípios cartográficos para experimentar a subjetividade e seus fluxos ocorridos na pesquisa. Ao cartógrafo cabe a tarefa política de apresentar estes enfrentamentos, estes modos de vida não assujeitados presentes nas práticas sociais, fazendo uma crítica constante de qualquer que seja a construção imaginária, simbólica, cognitiva, acadêmica, de um/a outro/a. Por meio de convivências, de entrevistas, de conversas informais, de análise de documentos escritos (cartas), da participação de eventos públicos e privados, da imersão nas comunidades/territórios e de encontros com os participantes, compartilhei com aqueles jovens este mapeamento/viagem. O ?tornar-se gay? foi entendido aqui como um efeito de um tipo de subjetivação política. Aquela a que sujeitos gays passam a participar ativa e performaticamente das decisões da ?cidade? (na comunidade, na família, com os amigos/as, no trabalho, na universidade) sobre os outros e sobre si, ainda, que de maneira precária. Fazer política então é um desejo de igualdade e de reciprocidade, é uma forma de resistência necessária às práticas de liberdade. Esta tese demonstra que se voltar para si implica em compreender a diferença como uma possibilidade de fazer escolha por sua existência; é um cuidado de si, uma produção de modos de vidas menos precários. A hermenêutica, que me dispus a fazer sobre a homossexualidade, não deve ser tomada como um método, mas, como um movimento analítico; como um efeito de compartilhar cenas das vidas dos homens gays participantes da pesquisa (incluindo a mim). Implica em um exercício territorial e historicamente localizado. Tal compartilhar possibilitou-me compreender como eles interpretam/refletem/agem/vivem as interpretações de si, por si, pelos outros e pelas interpretações dos outros.
dc.descriptionAbstract : This thesis in Psychology problematized how homosexuals, who live in small cities, re-invent themselves and are made from the resistance to the truths, discourse and normativities, that are imposed on them and on their homosexualities. What cracks, in the social fabric, in the discursive apparatus and in themselves, were necessary to recognize homosexuality as a possible subject position? I sought in the narratives and experiences (Subjectivation) of those homosexual men to understand that political practices of freedom, resistance and self-care arose from the realization that not being able to live homosexuality is an injury. Concerning the experience of homosexuality as the subject's position, inspired by Foucault's thinking on experience, I articulated knowledge and theories on the subject in multi-determined fields, the sex-gender matrix as a producer of heteronormatization, and the modes of existence of gay men in a small town of the interior that presented characteristics of vigilance, religiosity and control. I have observed discontinuities and historicities in the hermeneutic process of turning to oneself; I reflected on the coexistence of discourses on an object; I questioned the possibilities of the search for truth, aware of its sociocultural construction and discursiveness. Supported by Rancière, I transgressed the paradigm of the consensus of what is political, and I acceded to the important weight of subjectivation and its processes, placing subjectivity, and the restriction of it, in the field of visibility, conflict, unstable and action. In methodological terms, I used cartographic principles to experiment with the subjectivity and its fluxes that occurred in the research. The cartographer has the political task of presenting these confrontations, these unassisted ways of life present in social practices, making a constant critic of whatever the imaginary, symbolic, cognitive, academic construction of one another. Through coexistence, interviews, informal conversations, analysis of written documents (letters), participation in public and private events, immersion in communities / territories and meetings with participants, I shared with the young people this mapping / trip . In this sense, "becoming gay" was understood here as an effect of a kind of political subjectification. The one to which gay subjects are actively and performatively participating in the decisions of the "city" (in the community, in the family, with friends, at work, in the university) about others and about themselves, rather than in a precarious way. Making politics then is a desire for equality and reciprocity, it is a necessary form of resistance to the practices of freedom. In this sense, this thesis demonstrates that turning to oneself implies understanding the difference as a possibility to make a choice for its existence; It is a care of oneself, a production of less precarious ways of life. Hermeneutics, which I set out to do about homosexuality, should not be taken as a method, but as an analytical movement; As an effect of sharing scenes from the lives of gay men participating in the survey (including me). It implies a territorial and historically located exercise. Such sharing made it possible for me to understand how they interpret / reflect / act / live the interpretations of themselves, for others, and for the interpretations of others.
dc.format344 p.| il.
dc.formatapplication/pdf
dc.languagepor
dc.subjectPsicologia
dc.subjectHomossexualidade
dc.titleUma hermenêutica da homossexualidade: o fazer-se gay como prática política de liberdade em cidades pequenas
dc.typeTese (Doutorado)


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