Actas de congresos
Variação do espectro das ondas de Rossby na região da frente Brasil-Malvinas
Fecha
2009-11-01Autor
Ferreira, M B
Polito, Paulo Simionatto
Institución
Resumen
A média global da variação na quantidade de calor armazenado nos oceanos
observada recentemente é positiva (Cabanes et al., 2001; Cazenave & Nerem, 2004),
porém, sua distribuição espacial não é homogênea (Polito & Sato, 2008). O calor
armazenado está associado, via expansão térmica, à altura da coluna d'água. Portanto,
variações espaciais na tendência do calor armazenado tem como consequência
mudanças na inclinação da superfície que, por sua vez, implicam em variações nas
correntes geostróficas e portanto na energia cinética associada a fenômenos de meso e
larga escala.
Polito & Sato (2008) observaram tendências predominantemente positivas na
amplitude de ondas de Rossby e vórtices de mesoescala nos últimos 13 anos, sugerindo
que estes eventos estão, em uma média global, ficando mais energéticos. Estas
tendências variam regionalmente e a variabilidade espacial é mais pronunciada próximo
da extensão para leste das correntes de contorno oeste (CCO), sugerindo um aumento
do cisalhamento da velocidade geostrófica.
O afastamento das CCO da costa provoca, na região de sua ocorrência, intensa
atividade vortical e meandramento, constituindo, do ponto de vista da anomalia da
altura da superfície do mar (AASM), as áreas mais energéticas do planeta. O exemplo
no Atlântico Sul é a separação da Corrente do Brasil (CB) em sua região de encontro
com a Corrente das Malvinas (CM). A CB flui quase-meridionalmente para sul até
aproximadamente 36°S, iniciando seu afastamento da costa até 38°S devido ao encontro
de suas águas quentes e salinas com as águas de origem subpolar da CM, conforme
Garzoli & Garrafo (1989). Essa região recebe o nome de Confluência Brasil-Malvinas
(CBM).