Artículos de revistas
Morfoanatomia da flor de cinco espécies de Galipea Aubl. e seu significado na evolução de flores tubulosas entre as Rutaceae neotropicais
Fecha
2010Registro en:
Revista Brasileira de Botânica, v.33, n.2, p.301-318, 2010
0100-8404
10.1590/S0100-84042010000200011
Autor
PIRANI, José Rubens
EL OTTRA, Juliana Hanna Leite
MENEZES, Nanuza Luiza de
Institución
Resumen
A maioria dos gêneros da subtribo neotropical Galipeinae (tribo Galipeeae, Rutoideae) tem flores tubulosas, com várias formas e graus de conação e adnação. Galipea e outros gêneros na subtribo apresentam apenas duas anteras férteis mais cinco ou mais estaminódios, o que é intrigante porque na tribo predominam flores pentâmeras isostêmones. Visando elucidar a condição anatômica dessas características e estabelecer estados acurados para caracteres em análises filogenéticas, um estudo morfoanatômico de flores de cinco espécies de Galipea foi realizado, buscando os padrões de vascularização, posição, e união dos segmentos da flor. Destacam-se os resultados: 1) um tubo floral genuíno se forma no terço basal da flor por conação dos filetes e adnação desse tubo estaminal às pétalas; 2) as pétalas são distalmente coerentes umas às outras e aderentes aos filetes por meio de entrelaçamento de tricomas densos - um caso de pseudossimpetalia; 3) dentre as cinco (às vezes seis) estruturas tratadas como estaminódios, apenas as três externas são de fato homólogas a estames esterilizados, as demais surgem como ramificações adaxiais das pétalas; 4) os carpelos são peltados, congenitalmente conatos axial e lateralmente da base do ovário até o nível das placentas, e no estilete e estigma; na zona mediana e superior do ovário eles são unidos apenas posgenitalmente, com a epiderme diferenciada de carpelos contíguos e suturas evidentes na região ventral de cada carpelo; 5) a vascularização do disco sugere origem receptacular. As implicações desses dados para o entendimento da evolução das flores tubulosas em Galipea e grupos relacionados são discutidas. Most genera of the neotropical subtribe Galipeinae (tribe Galipeeae, Rutoideae) have tubular flowers with several forms and degrees of fusion between parts. The fact that Galipea and other genera in the subtribe bear only two fertile anthers plus five or more staminodes is also intriguing, since generally the Galipeeae exhibit isostemony. To elucidate the anatomic condition of these traits, and to establish an accurate coding scheme for characters state in phylogenetic studies, a morphoanatomical study of the flower of five species of Galipea was carried out. Using cross-sections of pickled material, the patterns of vascularization, position, and union of the flower segments were investigated. Noteworthy results are: 1) a true floral tube is formed in the basal third part of the flower through the connation of filaments and the adnation of this staminal tube to the petals; 2) the petals are distally coherent to each other and adherent to the filaments by means of capillinection (close intertwining of trichomes) - a case of pseudosympetaly; 3) from the usually five linear structures referred to as staminodes, only the three external ones are homologous to fully sterilized stamens, while the other ones arise as branches from the petals; 4) carpels are congenitally connate axially and laterally, except for a small area close to the top of the ovary where they are postgenitally united; 5) the vascularization of the disc suggests a receptacular origin. The implications of these data for the evolution of tubular flowers in Galipea and related groups are discussed.