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Surgical treatment of familial adenomatous polyposis: ileoretal anastomosis or restorative proctolectomy?
Fecha
2009Registro en:
Arquivos de Gastroenterologia, v.46, n.4, p.294-299, 2009
0004-2803
10.1590/S0004-28032009000400009
Autor
CAMPOS, Fábio Guilherme
PEREZ, Rodrigo Oliva
IMPERIALE, Antônio Rocco
SEID, Víctor Edmond
NAHAS, Sérgio Carlos
CECCONELLO, Ivan
Institución
Resumen
CONTEXT: Controversy regarding the best operative choice for familial adenomatous polyposis lays between the morbidity of restorative proctocolectomy and the supposed mortality due to rectal cancer after ileorectal anastomosis. OBJECTIVES: To evaluate operative complications and oncological outcome after ileorectal anastomosis and restorative proctocolectomy. METHODS: Charts from patients treated between 1977 and 2006 were retrospectively analyzed. Clinical and endoscopic data, results of treatment, pathological reports and information regarding early and late outcome were recorded. RESULTS: Eighty-eight patients - 41 men (46.6%) and 47 women (53.4%) - were assisted. At diagnosis, 53 patients (60.2%) already had associated colorectal cancer. Operative complications occurred in 25 patients (29.0 %), being 17 (19.7%) early and 8 (9.3%) late complications. There were more complications after restorative proctocolectomy (48.1%) compared to proctocolectomy with ileostomy (26.6%) and ileorectal anastomosis (19.0%) (P = 0,03). There was no operative mortality. During the follow-up of 36 ileorectal anastomosis, cancer developed in the rectal cuff in six patients (16,6%). Cumulative cancer risk after ileorectal anastomosis was 17.2% at 5 years, 24.1% at 10 years and 43.1% at 15 years of follow-up. Age-dependent cumulative risk started at 30 years (4.3%), went to 9.6% at 40 years, 20.9% at 40 years and 52% at 60 years. Among the 26 patients followed after restorative proctocolectomy, it was found cancer in the ileal pouch in 1 (3.8%). CONCLUSIONS: 1. Operative complications occurred in about one third of the patients, being more frequently after the confection of ileal reservoir; 2. greater age and previous colonic carcinoma were associated with the development of rectal cancer after ileorectal anastomosis; 3. patients treated by restorative proctocolectomy are not free from the risk of pouch degeneration; 4. the disease complexity and the various risk factors (clinical, endoscopic, genetic) indicate that the best choice for operative treatment should be based on individual features discussed by a specialist; 5. all patients require continuous and long-term surveillance during postoperative follow-up. CONTEXTO: As controvérsias quanto a melhor forma de tratamento da polipose adenomatosa familiar confrontam a morbidade da proctocolectomia restauradora contra a suposta mortalidade decorrente de câncer retal após íleo-reto anastomose. OBJETIVOS: Avaliar as complicações operatórias e a evolução oncológica dos pacientes submetidos a íleo-reto anastomose ou proctocolectomia restauradora. MÉTODOS: Analisaram-se os dados dos doentes tratados entre 1977 e 2006, procedendo ao levantamento de dados clínicos gerais, endoscópicos, resultados do tratamento cirúrgico, dados anatomopatológicos e informações sobre a evolução precoce e tardia dos pacientes. RESULTADOS: Foram tratados 88 pacientes, sendo 41 homens (46,6%) e 47 mulheres (53,4%). Por ocasião do diagnóstico, 53 pacientes (60,2%) já tinham câncer colorretal associado à polipose. Registraram-se complicações operatórias em 25 doentes (29,0 %) dentre os 86 operados, sendo 17 (19,7%) precoces e 8 (9,3%) tardias. Houve mais complicações após proctocolectomia restauradora (48,1%) em comparação às proctocolectomias com ileostomia (26,6%) e íleo-reto anastomose (19,0%) (P = 0,03). Não houve mortalidade operatória. O risco cumulativo de câncer retal após íleo-reto anastomose foi de 17,2% após 5 anos, 24,1% após 10 anos e 43,1% após 15 anos de seguimento pós-operatório. Já o risco cumulativo idade-dependente começou a existir a partir de 30 anos (4,3%), passando para 9,6% aos 40 anos, 20,9% aos 40 anos e 52% aos 60 anos. Entre os pacientes submetidos a bolsa ileal com seguimento (26), apenas 1 doente (3,8%) desenvolveu câncer na bolsa ileal. CONCLUSÕES: 1. Ocorreram complicações operatórias em cerca de 1/3 dos pacientes, sendo mais frequentes após a confecção de bolsa ileal; 2. idade maior, tempo de seguimento e câncer colônico prévio se associaram ao desenvolvimento de câncer no coto retal após íleo-reto anastomose; 3. pacientes tratados por proctocolectomia restauradora não estão livres do risco de degeneração na bolsa ileal; 4. a complexidade da doença e a existência de diversos fatores de risco envolvidos (clínicos, endoscópicos, genéticos) indicam que a melhor decisão operatória seja baseada em características individuais a serem consideradas por um especialista; 5. todos os pacientes operados requerem vigilância contínua e prolongada no seguimento pós-operatório.