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Estudo longitudinal do anticorpo antilipoproteína lipase e sua relação com atividade de doença nos indivíduos com lúpus eritematoso sistêmico sem anticorpos anti-dsDNA
Fecha
2009Registro en:
Revista Brasileira de Reumatologia, v.49, n.1, p.39-47, 2009
0482-5004
10.1590/S0482-50042009000100005
Autor
CARVALHO, Jozélio Freire de
VIANA, Vilma Santos Trindade
BORBA NETO, Eduardo Ferreira
LEON, Elaine Pires
BUENO, Cleonice
BONFÁ, Eloísa
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) se caracteriza por períodos de exacerbação e remissão clínica que frequentemente são acompanhados por alterações nos níveis séricos de anticorpos específicos, como o anti-dsDNA, que está presente em 40% dos casos, associado principalmente à atividade renal. Recentemente houve a descrição de duas subpopulações de anticorpos antilipoproteína lipase (anti-LPL) no LES: uma com e a outra sem atividade anti-dsDNA. A possível relação desse último grupo de anticorpos com a atividade inflamatória de doença ainda não foi analisada no LES. OBJETIVOS: Avaliar longitudinalmente a associação dos níveis séricos dos anticorpos anti-LPL com atividade do LES em pacientes com anti-dsDNA persistentemente negativo. PACIENTES E MÉTODOS: Cinco pacientes com LES com anti-dsDNA persistentemente negativo mensurado por ELISA e por imunofluorescência indireta em crithidia luciliae e altos títulos de anti-LPL por ELISA (> 5 desvios-padrão (DP) da média de 20 controles normais) foram selecionados e acompanhados longitudinalmente durante um período mínimo de dois anos. RESULTADOS: Caso 1: Homem, 24 anos com LES desde 2001 apresentou hemorragia alveolar, proteinúria, hipertensão arterial sistêmica, eritema malar, aftas, artrite, FAN+, com SLEDAI (systemic lupus erythematosus disease activity index) = 16 e anti-LPL = 144UA. Tratado com pulso de metilprednisolona e prednisona com melhora clínica e SLEDAI = 0 e redução do anti-LPL (109UA). Nova atividade com acometimento renal em abril de 2002, SLEDAI = 10 e aumento de anti-LPL (150UA). Iniciada pulsoterapia de ciclofosfamida e metilprednisolona com boa resposta, SLEDAI = 0 e diminuição de anti-LPL (77UA) até a sua total negativação acompanhando a remissão do quadro no ano de 2003. Caso 2: Mulher, 32 anos, com LES desde 1997. Em setembro de 2001 iniciou vasculite cutânea, febre e rash, SLEDAI = 10, anti-LPL = 80UA. Em janeiro de 2002, teve atividade renal e HAS, SLEDAI = 8 e anti-LPL = 25UA, mas com a introdução de CE e ciclofosfamida evoluiu com melhora importante. Em 2003, assintomática, apresentava SLEDAI = 2 e anti-LPL = 12UA. Caso 3: Homem, 39 anos, com LES desde 1997. Estável em uso de cloroquina, sem atividade durante 3 anos, SLEDAI = 0 em todas as ocasiões e sem variação dos títulos de anti-LPL no período do estudo: 85UA (2001),100UA (2002) e 86UA (2003). Caso 4: Mulher, 58 anos com LES desde 1996. Remissão do LES desde agosto de 2001 e com SLEDAI = 0 no período do estudo. Títulos de anti-LPL sem flutuações significativas: 71UA (2001), 42UA (2002) e 61UA (2003). Caso 5: Mulher, 55 anos com LES desde 1989. Estável desde 2000 em uso de cloroquina, SLEDAI = 0, e títulos de anti-LPL também sem variações: 71UA (1999), 92UA (2001), 71UA (2002) e 90UA (2003). CONCLUSÃO: A avaliação longitudinal dos pacientes selecionados mostrou-se estar associada à flutuação dos títulos de anti-LPL com o SLEDAI, sugerindo ser essa variação um novo marcador de atividade do LES, na ausência de anticorpos anti-dsDNA. INTRODUCTION: Systemic lupus erythematosus (SLE) is characterized by periods of clinical flares and remission that are followed by alterations of sera specific autoantibodies such as anti-dsDNA, present in 40% of the cases and strongly associated with renal involvement. Recently, there was a description of two subpopulations of anti-lipoprotein lipase antibodies (anti-LPL) in SLE: with and without anti-dsDNA activity. A possible relationship between these antibodies with inflammatory activity of SLE was not analyzed. OBJECTIVES: To evaluate longitudinally the association between anti-LPL with lupus activity in patients persistently negatives for anti-dsDNA antibodies. PATIENTS AND METHODS: Five SLE patients with persistently negative anti-dsDNA measured by ELISA and indirect immunofluorescence using crithidia luciliae and high titers of anti-LPL by ELISA (> 5 SD) were selected and followed for at least 2 years. RESULTS: Case 1: A 24-year-old male with SLE since 2001, presented with alveolar hemorrhage, proteinuria, systemic hypertension, malar rash, oral ulcers, polyarthritis, positive ANA, SLEDAI=16 and anti-LPL=144U. He was treated with intravenous (IV) methylprednisolone followed by prednisone and had an excellent response. SLEDAI=0, anti-LPL decreased to 109U. New renal flare in April 2002, SLEDAI=10 and a new increment of anti-LPL (150U). IV Cyclophosphamide and methylprednisolone were started and he achieved remission, SLEDAI=0 and a decrease of anti-LPL (77U) until become negative in 2003. Case 2: A 32-year-old female had SLE since 1997. In September 2001 began cutaneous vasculitis, fever and rash, SLEDAI=10, anti-LPL=80U. In January 2002, she had renal involvement and systemic hypertension, SLEDAI=8 and anti-LPL= 25U. She received corticosteroid and cyclophosphamide and improved. In 2003, she was asymptomatic, SLEDAI=2 and anti-LPL=12U. Case 3: A 39-year-old male has SLE since 1997. He was stable, under chloroquine use, without disease activity for 3 years, SLEDAI=0 in all period studied and no fluctuation of anti-LPL titers: 85U (2001),100U (2002) e 86U (2003). Case 4: A 58-year-old female had SLE since 1996. She was in remission since August 2001 with a SLEDAI=0 during all this study. Anti-LPL titers did not significantly change: 71U (2001), 42U (2002) e 61U (2003). Case 5: A 55-year-old female had SLE since 1989. She was stable since 2000 using chloroquine, SLEDAI=0, and anti-LPL titers without variations: 71U (1999), 92U (2001), 71U (2002) e 90U (2003). CONCLUSION: The longitudinal evaluation of the selected patients showed a positive correlation between the fluctuations of the titers of anti-LPL with the SLEDAI score. These findings suggest that this variation may be a new marker for lupus activity in patients without anti-dsDNA antibodies.