doctoralThesis
Terapia cognitivo comportamental versus psicoeducação como tratamentos em adolescentes diagnosticados com bulimia nervosa
Registro en:
Autor
SILVA, Tatiana Araújo Bertulino da
Institución
Resumen
Os adolescentes aprendem em nossa sociedade que uma das características do sucesso é
o corpo magro. Esta pressão social pela magreza está mais presente nas adolescentes,
criando o aumento da insatisfação corporal nesta população. A insatisfação com a
própria imagem corporal é o cerne dos transtornos alimentares. Entre os transtornos
alimentares destaca-se a bulimia nervosa, caracterizada pelos comportamentos de
compulsão alimentar associado à purgação. O tratamento clínico recomendável para a
bulimia nervosa é a terapia cognitivo-comportamental, realizado por um especialista em
transtornos alimentares. Outras formas de intervenção nos pacientes com transtornos
alimentares também são utilizadas, entre elas a psicoeducação. O objetivo deste estudo
foi de avaliar as possíveis diferenças entre a intervenção psicoterápica do tipo cognitivocomportamental
e a intervenção psicoeducativa em adolescentes diagnosticadas com
bulimia nervosa. Foi realizado um ensaio clínico, constituído de 11 adolescentes do
sexo feminino entre 13 a 19 anos com diagnóstico de bulimia nervosa. Para o
diagnóstico utilizou-se a entrevista clínica diagnóstica: Levantamento sobre o
Desenvolvimento e Bem – Estar de Crianças e Adolescentes (DAWBA). As
adolescentes foram divididas em dois grupos: controle e experimental. No grupo
controle, constituído de cinco adolescentes, o tratamento utilizado foi a terapia
cognitivo-comportamental em grupo durante 13 encontros em 12 semanas. No grupo
experimental, constituído de seis adolescentes, o tratamento utilizado foi a
psicoeducação em grupo, em 13 encontros semanais. As medidas primárias de eficácia
no estudo foram: diminuição dos sintomas de bulimia nervosa, diminuição dos sintomas
de compulsão alimentar e diminuição da insatisfação corporal. Houve diminuição de
sintomas de bulimia nervosa nos dois grupos, porém não se comprovou diferença
significativa entre os grupos. Em relação a compulsão alimentar não houve modificação
nos sintomas em nenhum dos grupos. A insatisfação corporal foi a variável que
demonstrou melhora significativa quando os grupos foram analisados em conjunto,
porém não houve diferença significativa entre os grupos. Na terapia cognitivocomportamental
é aceitável que após o tratamento da bulimia nervosa, os pacientes
ainda apresentem sintomas de transtorno alimentar, como a compulsão alimentar, pois o
principal objetivo é que o sistema de manutenção das crenças que mantem a bulimia
nervosa seja interrompido. A psicoeducação possui como foco o aumento da satisfação
com a imagem corporal, o que de fato ocorreu no estudo. A psicoeducação não foca
especificamente na melhora da bulimia nervosa e de seus sintomas, como a compulsão
alimentar. Apesar de estudos anteriores terem encontrado melhora na relação alimentar
dos participantes de psicoeducação, além da melhora nos sintomas da insatisfação
corporal. Os dois tratamentos realizados na pesquisa demonstraram diminuição de
sintomas, porém essa diminuição não foi significativa em nenhum dos grupos quando
avaliados individualmente. É necessária a continuação da pesquisa, com o aumento da
amostra e se possível com a análise qualitativa dos dados. A pesquisa demonstrou a
possibilidade da utilização da psicoeducação, em um primeiro momento, em populações
não crônicas. Teenagers learn in our society that one of the characteristics of success is a thin body.
This social pressure for thinness is more prevalent among the girls, causing increased
body dissatisfaction in their group. Dissatisfaction with their own body image is the
core of eating disorders. Among the eating disorders, bulimia nervosa stands out,
characterized by binge eating behaviors associated with purging. The recommended
medical treatment for bulimia nervosa is cognitive-behavioral therapy with a specialist
in eating disorders. Other forms of intervention in patients with eating disorders are also
used, including psychoeducation. The goal of this study was to evaluate possible
differences between the psychotherapeutic intervention of cognitive-behavioral type and
the psychoeducational intervention in female teenagers diagnosed with bulimia nervosa.
A clinical trial was performed, consisting of 11 female teenagers between 13 and 19
years old, all of whom were diagnosed with bulimia nervosa. The clinical interview
Development and Well-Being Assessment (DAWBA) was used for the diagnosis. The
teenagers were split into two groups: control and experimental. In the control group,
consisting of five teenagers, the treatment used was cognitive-behavioral group therapy
for 13 meetings in 12 weeks. In the experimental group, consisting of six teenagers, the
treatment used was group psychoeducation, in 13 weekly meetings. The primary
effectiveness measures in the study were: reduction of the symptoms of bulimia
nervosa, decreased symptoms of binge eating, and decreased body dissatisfaction. There
was a reduction of the symptoms of bulimia nervosa in both groups; however, no
significant difference was proved between them. Regarding binge eating, there was no
change in symptoms in either group. Body dissatisfaction was the variable that showed
most significant improvement when the groups were analyzed together, but once again
there was no significant difference between groups. In cognitive-behavioral therapy, it
is acceptable that after the treatment of bulimia nervosa, patients still present symptoms
of eating disorders such as binge eating, because the main goal is that the system of
beliefs which sustains bulimia nervosa is interrupted. Psychoeducation, on the other
hand, focuses on increasing body image satisfaction, which actually happened in the
study; psychoeducation does not focus specifically on the improvement of bulimia
nervosa and its symptoms, though previous studies have found an improvement in the
participants' relationship with food, besides an improvement in the symptoms of body
dissatisfaction. Both treatments carried out in the research showed decreased symptoms,
but this decrease was not significant in either group when assessed individually.
Continued research, with a larger sample and qualitative data analysis, if possible, is
required. The study has shown the possibility of using psychoeducation, at first, in nonchronic
populations.