dc.description | INTRODUÇÃO: A erosão dentária é definida como a perda progressiva de tecido dentário duro mediante ação de substâncias químicas e sem envolvimento bacteriano. Possui etiologia multifatorial, sendo influenciada por fatores determinantes químicos, biológicos e comportamentais. Pode ser classificada em extrínseca, quando resultante da ação de ácidos extrínsecos, e em intrínseca. Entretanto, os ácidos da dieta são os principais causadores da erosão dental do tipo extrínseca. OBJETIVO: Determinar a associação entre a erosão dental extrínseca e consumo inadequado de alimentos em adolescentes com idade entre 10 a 19 anos, de ambos os sexos, estudantes em escola pública estadual do município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco. METODOLOGIA: A amostra deste estudo foi de 136 alunos. A avaliação quanto ao sexo e idade deu-se a partir do questionário de sociodemográfico e dos hábitos alimentares foi feita através de instrumentos autoaplicativos elaborados para este fim. Para avaliar a erosão dental, foi realizado um exame clínico bucal por um dentista calibrado e os dados foram anotados numa ficha clínica odontológica e calculado o índice de desgaste dentário. Os dados foram analisados através de técnicas de estatística descritiva e inferencial com distribuições absolutas e percentuais. RESULTADOS: A relação entre erosão dental e hábitos alimentares apresentou significância quanto ao consumo de refrigerantes e a frequência deste hábito. A erosão dental foi observada em 45,6% (62) da amostra. O consumo de refrigerantes estava associado à presença da erosão dental (p=0,019). Entre os adolescentes com presença de erosão dental, 67,2% (39) consumiam refrigerantes até 3 vezes na semana; 35,7% (15) apresentavam consumo diário e 52,9% (9) até 3 vezes ao mês. Esta associação não foi observada quando se considerou o tipo de refrigerante nem com o consumo de sucos naturais ou artificiais, nem quanto aos hábitos de escovação dental. CONCLUSÃO: O consumo excessivo de refrigerantes pelos escolares, tanto em relação à quantidade quanto à frequência sugere maior risco para desencadeamento de doenças crônicas não transmissíveis além de também sugerir baixa utilização de alimentos fontes de cálcio e consumo reduzido de água, o que predispõe a doenças nutricionais por carências de micronutrientes. Com base nos resultados obtidos, recomenda-se que a escola exerça pape na orientação educacional dos estudos com o objetivo de transmitir informações nutricionais adequadas e promova sinalização frequente em conjunto com o profissional nutricionista quanto aos riscos do consumo abusivo de refrigerantes pelos escolares. As alterações nos hábitos alimentares dos adolescentes assumem influência de forma determinante na saúde bucal dos mesmos, podendo levar a alterações irreversíveis como a erosão dental. | |