bachelorThesis
Identificação das espécies do subgrupo willistoni de Drosophila (Diptera, Drosophilidae) em ambientes de floresta Atlântica, Caatinga e Manguezal de Pernambuco
Registro en:
Autor
MONTEIRO, Amanda Gabriela Felix
Institución
Resumen
As pequenas moscas que formam o subgrupo willistoni de Drosophila estão
entre os principais integrantes da fauna de drosofilídeos do Brasil, sendo formado
por seis espécies crípticas: D. willistoni, D. paulistorum, D. equinoxialis, D. tropicalis,
D. insularis e D. pavlovskiana. Embora em muitas amostragens este subgrupo de
espécies represente até 90% dos drosofilídeos coletados, a maioria dos trabalhos
ecológicos generaliza a identificação de seus representantes como “subgrupo
willistoni de Drosophila” devido à grande semelhança morfológica de suas espécies.
Até o momento, o método mais eficiente e rápido para a distinção deste subgrupo ao
nível de espécies é a técnica de eletroforese com a enzima Fosfatase ácida-1, a
qual revela alelos espécie-específicos que permitem a identificação de cada uma
das espécies deste subgrupo. Neste estudo, realizamos diversas coletas de
drosofilídeos no Estado de Pernambuco, um dos estados do nordeste do Brasil
menos conhecido em relação a sua fauna de drosofilídeos. Foram realizadas
amostragens em períodos de maior e menor pluviosidade nos diferentes pontos de
estudo, sendo coletados 47.692 indivíduos distribuídos em ambientes de Floresta
Atlântica, Caatinga e Manguezal. Do total de indivíduos amostrados, 26,37%
pertenceu ao subgrupo willistoni, sendo uma amostra destes indivíduos analisada ao
nível de espécie pela metodologia de eletroforese. Foi verificado que em
Pernambuco ocorrem em simpatria D. willistoni, D. paulistorum e D. equinoxialis.
Destas três espécies verificamos que D. willistoni e D. paulistorum são as que
ocorrem em maior abundância em Pernambuco. A representatividade do subgrupo
willistoni na Floresta Atlântica e na Caatinga parece estar relacionada com os níveis
de umidade. A comparação das freqüência relativas de D. willistoni e D. paulistorum
nestes dois biomas parece indicar que para a segunda espécie os níveis de
precipitação são mais limitantes. Neste estudo, registramos pela primeira vez para o
nordeste do Brasil a presença de D. equinoxialis. Esta espécie apareceu unicamente
no ambiente de Manguezal. Embora em baixa freqüência nos manguezais, o
subgrupo willistoni foi mais diverso neste ambiente. Os resultados obtidos reforçam
a importância da identificação dos representantes do subgrupo willistoni de
Drosophila ao nível de espécie. A ausência desta informação nos estudos
ecológicos com a família Drosophilidae impossibilita a compreensão da dinâmica
espacial e temporal de suas espécies na natureza, bem como o entendimento das
afinidades ecológicas entre elas.