bachelorThesis
Morfometria da pelve para diagnose sexual
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Autor
ALBUQUERQUE, Priscilla Virgínio de
Institución
Resumen
A diagnose sexual é fundamental na análise de material esquelético humano, tanto para o contexto médico-legal, quanto para a arqueologia. A pelve, por fornecer resultados mais precisos, é o osso mais comumente utilizado para determinação do sexo. Formada pelo sacro, cóccix e pelos ossos do quadril, tem como característica particular a configuração de um anel obstétrico, que é a principal fonte de variabilidade entre os sexos. Desta forma, objetivou-se com este estudo determinar as variáveis morfométricas da pelve mais eficientes para diagnose sexual. Para tal, utilizou-se 50 pelves, 25 femininas e 25 masculinas, devidamente identificadas. Foram obtidas medições individualizadas do osso do quadril direito e do sacro, bem como dos ossos do quadril e do sacro articulados. Os dados foram analisados através do teste de normalidade de Kolmogorov-Sminorv e a partir deste, submetidos ao teste t de Student e Mann Whitney utilizando o Software GraphPad Prism 5.0 para Windows. Todos os testes foram aplicados com 95% de confiança e mostraram que as variáveis: altura total da pelve, largura mínima do púbis, extensão da espinha isquiática, comprimento do ílio, largura média do sacro, diâmetro transverso máximo da base do sacro, diâmetro acetabular, diâmetro transverso do acetábulo, ângulo subpúbico e comprimento do ísquio foram significativas. Podendo-se destacar o comprimento do ísquio, que apresentou um valor de p<0,0001. Devido às adaptações que possue para facilitação do parto, a pelve é um dos melhores parâmetros de dimorfismo sexual, inaltecendo-se a importância de identificar as variáveis morfométricas mais eficazes para otimizar a determinação do sexo.
Dentre os métodos utilizados para se verificar o sexo de esqueletos humanos desconhecidos, tem-se o estudo das características morfológicas e morfométricas de alguns ossos. A diagnose sexual é fundamental na análise de material esquelético humano tanto para o contexto médico-legal quanto para a arqueologia (Macaluso, 2010). Os componentes do esqueleto frequentemente investigados para este fim são a pelve e o crânio, embora a opinião corrente refere os ossos da pelve como indicadores mais confiáveis na identificação do sexo por serem reconhecidos como os ossos mais dimórficos, particularmente em indivíduos adultos (Genovés, 1959; Krogman e Ìşcan, 1986).
A pelve óssea é formada pelo sacro, cóccix e pelos ossos do quadril. Tendo como característica particular, a configuração de um anel obstétrico, que é a principal fonte de variabilidade entre sexos (Tague e Lovejoy, 1998). É dividida em pelve maior e menor, a falsa e a verdadeira, respectivamente, a falsa, comporta algumas vísceras abdominais, enquanto a verdadeira é de maior importância obstétrica e ginecológica por ser o canal do parto (Moore e Dalley, 2001).
Os homens apresentam uma estreita incisura isquiática maior com um ângulo agudo, o acetábulo grande e o púbis curto, com um ângulo subpúbico mais estreito. Em contraste, a pelve feminina mostra uma incisura isquiática maior, mais larga com um ângulo obtuso. Conta com a presença de um sulco pré-auricular, um menor acetábulo, um púbis mais longo, e um ângulo subpúbico mais largo (Ubelaker, 1989). Muitas das características dos ossos do quadril são adaptações à necessidade do corpo feminino de gerar e dar à luz a uma criança (Dangelo e Fatinni, 2002; Tortora e Grabowski, 2002). Desta forma, a pelve é o osso mais comumente utilizado para diagnose sexual, por fornecer os resultados mais precisos (Steyn e Ìşcan, 2008). No entanto, técnicas visuais, de análises apenas morfológicas, são amplamente criticadas, por serem altamente subjetivas (Bruzek, 2002; Maclaughlin e Bruce, 1990; Walker, 2005; Konigsberg e Hens, 1998; Murail et al, 2005). Variáveis morfométricas têm algumas vantagens sobre as morfológicas, tais como níveis elevados de simplicidade, coerência na sua obtenção e existência de poderosos métodos estatísticos para a análise dos dados (Konigsberg e Hens, 1998). Fornecendo, desta forma, resultados mais precisos.
Mediante a importância da determinação do sexo de esqueletos desconhecidos, bem como a escassez de trabalhos publicados no Brasil em relação ao dimorfismo sexual através de ossos, propõe-se um estudo morfométrico da pelve, a fim de se determinar as variáveis métricas mais eficientes para diagnóstico do sexo.