doctoralThesis
Fotografia e Contemplação Amorosidade do olhar no contemporâneo
Registro en:
Autor
FARACHE, Ana Elyzabeth de Araujo
Institución
Resumen
Esta tese se estrutura em torno do questionamento sobre o espaço reservado
para a contemplação no contemporâneo através de um olhar amoroso. A
impressão é a de que a contemplação como dimensão do olhar não teria mais
lugar nos dias de hoje pela velocidade e diversidade imposta nas atividades
cotidianas. São já corriqueiros os argumentos de que a modernidade ampliou a
quantidade de tentações visuais ao mesmo tempo em que aumentou a
velocidade de distribuição e de circulação das mesmas. Nesse sentido, uma
posição que defenda a permanência de uma experiência visual que procura
discernir a unidade naquilo que é fragmentado e múltiplo pareceria condenado,
a priori, ao fracasso. No entanto, apesar dessas circunstâncias de superfície do
contemporâneo, não são poucas as oportunidades em que se torna possível
apreender posturas contemplativas capazes de impregnar parte da produção
visual, em geral, e da fotográfica, em particular.
Assim, a partir dessa reflexão surgiu a indagação: Que olhar é este que
contempla? E mais: O que é contemplar? E como se dá essa contemplação no
contemporâneo? Para refletir sobre essas questões, foi mantido o foco na
relação que se estabelece entre o objeto e o observador, o contemplado e o
contemplador, o visto e a visão. Uma visão na qual, segundo Plotino, “o objeto
se converte no próprio ato de ver.” This thesis is structured around the questioning about the space reserved to
contemplation in contemporary through a loving gaze. The impression is that
contemplation, as a dimension of the gaze, would be out of place nowadays as a
result of the speed and diversity imposed by the daily activities. Arguments that
modernity expanded the amount of visual temptations while it increased the
speed of distribution and circulation of the same are now commonplace. In this
sense, a position that defends the permanence of a visual experience that seeks
to discern the unity in what is fragmented and multiple seems, a priori,
sentenced to failure. However, despite these circumstances, there are
opportunities when it becomes possible to grasp contemplative stances capable
to impregnate part of the visual production, in general, and photographic
production, in particular.
Therefore, the following question arose from this discussion: which gaze is this
that contemplates? And: what is contemplating? And how this contemplation
happens in the contemporary? To reflect about these issues, the focus was kept
on the relationship established between the object and the observer, and
contemplated the contemplator, the seen and the vision. A vision in which,
according to Plotinus, "the object becomes the very act of seeing."