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Tecnologia & Memória
Registro en:
Autor
GALINDO, Marcos
Institución
Resumen
As disciplinas que se sombreavam à copa da árvore do conhecimento cuidaram consuetudinariamente que a memória seria matéria afeta ao campo das especialidades que tratavam do resgate, da interpretação e da reconstituição do passado com base em fontes vestigiais de registro do conhecimento. Nesta função situavam-se a história, a arqueologia, a genealogia, entre outras. Bibliotecários e arquivistas se inseriam no campo da memória com uma participação coadjuvante, contribuindo tecnicamente para ordenação, estruturação e resgate das fontes e registros do conhecimento. Esses profissionais escolheram historicamente posição auxiliar aos cientistas, posição esta que evoluiu danosamente para uma condição de subalternidade que retardou o desenvolvimento da disciplina. Durante muito tempo, foi popular a máxima positivista autodenominante, ex libris dos bibliotecários, Scientia servos servorum, que os descrevia voluntariamente como servos dos servos da ciência.
Essa visão parece ter sua gênese numa compreensão histórica equivocada do ofício, de ânima positivista. É neste contexto que, em 1876, o bibliógrafo norte-americano Melvil Dewey, fundador da primeira escola de bibliotecários da América e pai da classificatória universal, lança as bases de seu código decimal (CDD). Dewey foi um dos primeiros a oferecer oportunidade de trabalho qualificado para as mulheres, a quem preferia como operadoras do sistema descritivo de fontes bibliográficas