masterThesis
Caracterização da Acetilcolinesterase cerebral de tucunaré, Cichla ocellaris (BLOCH & SCHNEIDER, 1801): efeito de íons e pesticidas organofosforados e carbamatos sobre sua atividade
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SILVA, Kaline Catiely Campos. Caracterização da Acetilcolinesterase cerebral de tucunaré, Cichla ocellaris (BLOCH & SCHNEIDER, 1801): efeito de íons e pesticidas organofosforados e carbamatos sobre sua atividade . Recife, 2012. 78 f. : Dissertação (mestrado) - UFPE, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas , 2012.
Autor
SILVA, kaline Catiely Campos
Institución
Resumen
A acetilcolinesterase (AChE) é uma enzima que vem sendo testada como biomarcador da
presença de pesticidas. Trata-se de uma hidrolase, do grupo das colinesterases, que atua nos
processos de transmissão de impulsos nervosos em vertebrados e invertebrados. A AChE
hidrolisa rapidamente o neurotransmissor acetilcolina, na fenda sináptica, encerrando sua
ação e garantindo a intermitência dos impulsos nervosos. A inibição desse mecanismo
resulta no acúmulo de acetilcolina nas fendas sinápticas levando a uma hiperestimulação
colinérgica. Tal inibição é o modo de ação de organofosforados e carbamatos, os inseticidas
mais utilizados mundialmente. Diferentes compartimentos do ecossistema estão expostos
aos agrotóxicos e uma vez presentes no ambiente aquático, eles podem ser absorvidos pelos
organismos onde sofrerão bioacumulação, podendo ser utilizados como bioindicadores no
monitoramento de pesticidas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar físico-química e
cineticamente a enzima acetilcolinesterase cerebral do tucunaré (Cichla ocellaris), bem
como avaliar o efeito de pesticidas organofosforados e carbamatos, e íons sobre sua
atividade com a finalidade de fornecer subsídios para o uso da referida enzima como
ferramenta bioindicadora de contaminação ambiental. As amostras analisadas foram
preparadas a partir de extratos de cérebro de tucunaré. Foram determinados parâmetros
cinéticos como Km e Vmax. A atividade enzimática foi analisada após exposição aos
inibidores selectivos BW284c51, Iso-OMPA, neostigmina e eserina que confirmaram AChE
como responsável pela atividade analisada. A AChE foi submetida também a 05 pesticidas
organofosforados (diclorvós, clorpirifós, diazinon, temefós e TEPP) e 02 carbamatos
(carbofuran e carbaril), em diferentes concentrações. A atividade colinesterásica foi
observada na presença de 14 íons catiônicos: Mn2+; Cu2+; Zn2+; Al3+; Ca2+; Pb2+; Cd2+; Hg2+;
Fe2+; Ba2+; Mg2+; K+; As3+; Li+ e 1 íon complexo aniônico quelante: EDTA2-. Os resultados
demonstraram que o pesticida diclorvós provocou forte inibição na atividade da enzima
estudada. O organofosforado tetraetil-pirofosfato (TEPP) também a inibiu fortemente e os
dois carbamatos utilizados, sobretudo o carbofuran, apresentaram valores baixos de CI50. Os
íons que causaram maior inibição foram Cu2+, Zn2+, Hg2+, Cd2+, As3+ e Pb2+, enquanto que o
íon complexo EDTA2- só inibiu a enzima estudada a partir de 10 mM. Desta forma, a
inibição in vitro da acetilcolinesterase de tucunaré demonstra ser uma ferramenta promissora
para o monitoramento ambiental de recursos hídricos A facilidade de obtenção e a
sensibilidade da enzima aos inseticidas utilizados, apontam para a possibilidade de um
monitoramento rotineiro e eficiente. CAPES