masterThesis
Contaminação Tumoral em Trajeto de Biópsia de Neoplasias Ósseas Malignas Primárias
Registro en:
OLIVEIRA, Marcelo Parente. Contaminação tumoral em trajeto de biópsia de neoplasias ósseas malignas primárias. Recife, 2012. 102 f. : Dissertação (mestrado) - UFPE, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-graduação em Patologia, 2012.
Autor
Oliveira, Marcelo Parente
Institución
Resumen
Os tumores malignos do sistema musculosquelético são neoplasias relativamente raras,
representando apenas 0,2% de todos os casos novos de câncer. A abordagem a estes tumores
exige a integração dos aspectos clínicos, laboratoriais, radiográficos e histológicos para um
diagnóstico preciso e um manejo que conduza ao sucesso no tratamento. Neste sentido,
destaca-se a biópsia como uma etapa fundamental na abordagem aos tumores do aparelho
musculosquelético, sendo indispensável para o diagnóstico definitivo e para a identificação do
padrão histológico do tumor. Devido ao risco potencial de implantação de células tumorais no
trajeto da biópsia, diversos autores recomendam a ressecção deste trajeto quando da ressecção
tumoral. A prática de ressecção mostra-se fundamentada mais em um sentimento empírico do
que respaldada em estudos científicos. Questões vagas são levantadas nos mais diversos
estudos, surgindo hipóteses não testadas. Entre elas, a de que a ocorrência de contaminação
tumoral estaria associada a alguns fatores: 1) a tentativa de se obter várias amostras de tecido
durante a realização da biópsia; 2) a realização de biópsia por técnica aberta; 3) aos tumores
de tecidos moles em relação as lesões ósseas e cartilaginosas e 4) a não realização de
quimioterapia neoadjuvante. O objetivo desta pesquisa foi estudar os fatores possivelmente
associados à contaminação tumoral do trajeto de biópsia em neoplasias ósseas malignas
primárias. No seu conjunto, pela análise da literatura e com a avaliação da casuística estudada,
esta dissertação evidencia que: 1) sem a ressecção do trajeto de biópsia, a possibilidade de
recidiva tumoral local é considerável; 2) a presença de contaminação no trajeto da biópsia está
associada a ocorrência de recidiva local; 3) é incerta a influência do tipo de tumor na
ocorrência de contaminação; 4) não é possível concluir com certeza se a técnica de biópsia
(aberta ou percutânea) exerça influência sobre a ocorrência de contaminação do trajeto; 5) a
quimioterapia neoadjuvante exerce algum efeito protetor contra a contaminação tumoral no
trajeto de biópsia; 6) observa-se que os pacientes que apresentam contaminação no trajeto da
biópsia evoluem com um prognóstico desfavorável. Tendo em vista o conhecimento desse
comportamento e dessas características da contaminação tumoral no trajeto de biópsia dos
tumores ósseos malignos primários acreditamos que a prática de ressecção do trajeto de
biópsia seja o mais recomendado na abordagem a esses tumores, por considerar o risco desta
complicação e as sérias consequências que poderá dela advir.