dc.description | Na primeira década do século XXI, a temática energética tem ocupado espaço crescente na agenda internacional. De fato, a garantia de suprimento regular de energia a preços relativamente estáveis continua a suscitar temores e desafios, especialmente com o fim da era do “petróleo barato” e a consequente necessidade de transição para uma economia pós-carbono. Somem-se àqueles os impactos advindos do aquecimento global, de consequências danosas para o clima do planeta. Diante desse cenário, as energias renováveis, com destaque para os biocombustíveis, surgem como alternativa para a consecução do desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, o Brasil situa-se em posição favorável, especialmente se comparado às grandes potências industriais. Enquanto a média dos países da OCDE no consumo de recursos renováveis é de apenas 7%, o índice brasileiro chega a 44%, com destaque para a hidroeletricidade e os biocombustíveis. No entanto, a produção em larga escala destes evocaria fortes críticas, sintetizadas em três argumentos básicos: segurança alimentar (dilema “alimentos x combustíveis”), questão social e impactos ao meio ambiente. A partir da análise do cenário internacional, a presente dissertação tenciona explicar a abordagem brasileira para o campo dos biocombustíveis (especialmente o etanol), apresentando a trajetória e perspectivas do setor, bem como as principais linhas de defesa utilizadas pela diplomacia brasileira, consideradas fundamentais no âmbito da estratégia de transformação do Brasil em global player energético. | |