doctoralThesis
Materiais de suporte na orelha média: comparação entre a esponja de gelatina absorvível e a esponja do biopolímero da cana-de-açúcar em ratos
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Autor
MAYER, Débora Lopes Bunzen
Institución
Resumen
Existem diversos biomateriais que podem ser utilizados na cirurgia otológica para preencher a
cavidade da orelha média ou dar suporte a enxertos. A esponja de gelatina absorvível é a mais
utilizada, mas pode provocar fibrose e prejudicar a ventilação da orelha média. O biopolímero
da cana-de-açúcar é um biomaterial, em forma de esponja, produzido na Estação
Experimental da Cana-de-açúcar da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Investigar os
efeitos da reação inflamatória provocada pela esponja do biopolímero da cana-de-açúcar (BP)
comparada a esponja de gelatina absorvível (EGA) na mucosa da orelha média de ratos.
Estudo experimental prospectivo. A esponja do BP foi implantada na orelha direita e a EGA
na orelha esquerda de 30 ratos Wistar fêmeas. Os animais foram sacrificados com 4 e 12
semanas após o procedimento. Avaliação histológica qualitativa foi realizada para verificar a
reação inflamatória na bula timpânica. A esponja do BP provocou exsudato inflamatório mais
intenso e persistente que a EGA. Foi encontrado exsudato polimorfonuclear e
linfomononuclear nas bulas em contato com o BP que persistiram na luz da bula até 12
semanas, o que caracterizou uma reação inflamatória crônica com sinais de agudização. No
grupo da EGA, o exsudato foi linfomononuclear, leve, mas com observação de traves de
fibrose. A EGA foi, em grande parte, absorvido ao final do experimento. O BP não foi
absorvido durante o tempo de observação. Houve espessamento da mucosa e neoangiogênese
no grupo da EGA, o que provavelmente está envolvido com o processo de fibrose. Não houve
diferença estatisticamente significativa quanto ao grau de fibrose entre os biomateriais. O BP
apresentou reação inflamatória mais intensa que a EGA, no entanto, provocou menos
neoangiogênese. O presente experimento evidenciou que a esponja do BP não apresentou as
características necessárias para o uso como material de suporte dentro da bula timpânica, em
contato direto com a mucosa. Contudo, é possível que essa esponja possa ser utilizada em
contato com a face epidérmica da membrana timpânica e com o conduto auditivo externo,
pois se comportou como um material de preenchimento não-absorvível a curto prazo.