doctoralThesis
Avaliação da segurança de uso do óleo de Copaifera multijuga Hayne (Fabaceae)
Registro en:
Autor
Gonçalves, Eduardo da Silva
Institución
Resumen
O óleo de copaíba é usado pela população sendo encontrado em farmácias e outros
estabelecimentos. É extraído de espécies de Copaifera (Fabacea), sendo a mais utilizada no Brasil a
Copaifera multijuga Hayne. Em sua constituição encontram-se sesquiterpênicos e ác. palmítico. A
literatura o atribui ação antiinflamatória, antinociceptiva, antibacteriana e antitumoral. São escassos
trabalhos relacionados à sua toxicidade, nesse sentido, procurou-se avaliar a segurança pré-clínica
do óleo de C. multijuga (Cm). Para tal, inicialmente confirmou-se a atividade antiinflamatória e
antinociceptiva por via oral do óleo nos modelos de peritonite (Cm 200 mg/kg) e de contorções
abdominais (Cm 50 a 200 mg/kg), posteriormente foi realizado o teste de toxicidade aguda (DL50)
em ratos e finalmente os ensaios por via oral de toxicidade de dose repetida por 4 e 8 semanas em
ratos Wistar e 4 semanas em coelhos Nova Zelândia, seguindo os critérios norteadores da ANVISA.
Os resultados mostram que o óleo (200 mg/kg) reduziu em 28% o número de leucócitos circulantes,
após estímulo com carragenina e que todas as doses (50 – 200 mg/kg) inibiram as contorções
abdominais por ác. acético. Na toxicidade aguda não houve morte até a dose de 4,0 g/kg o que
revela baixa toxicidade por via oral. Em ratas, a administração do óleo (Cm 200, 500 e 2500 mg/kg)
por via oral não produziu mortes ou alteração comportamental, entretanto, houve aumento do ganho
de massa, para Cm 200 mg/kg e redução para Cm 2500 mg/kg. O consumo de água aumentou para
Cm 2500 mg/kg ao final de 8 semanas. Nos ratos, não houve mortes ou alteração comportamental,
mas Cm 2500 mg/kg reduziu a massa corporal na 5ª e 6ª semana e aumentou o consumo de água já
na 3ª semana de administração. Os parâmetros hematológicos em ratos de ambos os sexos não
foram alterados. Enquanto que nos parâmetros bioquímicos em ratas, avaliados na 4ª semana
registrou-se que Cm 2500 mg/kg aumentou os níveis séricos de creatininia (creat), col. VLDL,
triglicerídeos (trig), fosfatase alcalina (FA), bilirrubinas T e D (BT e BD), albumina e amilase (amil)
e a dose de 500 mg/kg aumentou os níveis de amilase. Ao final da 8ª semana, Cm 2500 mg/kg
aumentou creat, col. VLDL, trig, BT e BD, enquanto Cm 500 mg/kg elevou col. VLDL e trig. Nos
machos, ao final da 4a semana, Cm 2500 mg/kg aumentou creat, FA, BT e BD e prot. total e nas
doses de 500 e 200 mg/kg aumentou creat. Na 8ª semana, Cm 2500 mg/kg aumentou ureia, creat,
col. HDL, FA, BT e BD, albumina, amilase e lactato desidrogenase (LDH), Cm 500 mg/kg,
aumentou BD e LDH e Cm 200 mg/kg aumentou BD. Em coelhos de ambos os sexos, Cm 2500
mg/kg aumentou creat, col. total e LDL e BT e BD. Na morfologia de ratos, observaram-se
alterações pontuais nas massas absolutas ou relativas no fígado, estômago e adrenal, contudo a
análise microscópica dos tecidos não revelou nenhuma alteração. Na toxicidade reprodutiva, o óleo
em todas as doses reduziu a massa corporal das mães durante o período de gestação e a massa
absoluta dos fetos. Houve também aumento do consumo de água no 14º e 20º dia. Na performace
reprodutiva dos machos, o óleo não alterou os parâmetros reprodutivos, assim como, não foram
constatadas alterações nos indicadores comportamentais da prole. E finalmente observou-se
alteração nos parâmetros globais de avaliação renal em ratos tratados por quatro semanas. Desta
forma conclui-se que o óleo possui baixa toxicidade, contudo, merece destaque o possível efeito
tóxico materno durante a gestação e sobre a função renal que requerem estudos mais detalhados. FINEP