doctoralThesis
Do gênesis à gênese da hermenêutica filosófica: a interpretação como locus de criação da realidade na decisão judicial.
Registro en:
SILVA, Martorelli Dantas da. Do Gênesis à gênese da hermenêutica filosófica: a interpretação como locus de criação da realidade na decisão judicial. 2014. 241 f. Tese (Doutorado em Direito) – Programa de Pós-Graduação em Direito, Centro de Ciências Jurídicas/FDR, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2014.
Autor
Silva, Martorelli Dantas da
Institución
Resumen
A presente tese tem por objeto a condição epistêmica dos seres humanos, adotando em
relação a esta uma postura cética, no sentido de que os indivíduos são incapazes de alcançar
uma compreensão objetiva e universalmente válidas dos elementos que são trazidos à sua
apreciação de um modo geral e daqueles que constituem o processo judicial de um modo
particular. Para isso, parte de uma interpretação retórico-demitologizante dos onze primeiros
capítulos do livro de Gênesis, pretendendo retirar das narrativas míticas ali presentes
kerügmas que introduzam e ilustrem esta condição. Segue-se um estudo da história da
hermenêutica teológica, começando no século II a.C. até o século XIX d. C. Do mito da
Queda retiramos o kerügma da impossibilidade de termos o conhecimento necessário para que
pudéssemos fazer acertados juízos de valor moral; do mito do fratricídio retiramos o kerügma
da necessidade de romper conscientemente com a intenção autoral no processo de
produzirmos nossas interpretações; por fim, do mito de Babel retiraremos o kerügma da
impossibilidade radical de que duas pessoas se compreendam de forma plena, passando pelos
estudos de Heidegger e Gadamer para desembocar na compreensão de como se formam juízos
cogentes por meio da violência simbólica de que nos fala Bourdieu.