masterThesis
Desvendando o naufrágio do vapor Bahia (1887) : o olhar da arqueologia subaquática
Registro en:
Autor
BARBOSA, Marina Souza
Institución
Resumen
O trabalho trata do naufrágio do vapor Bahia, localizado no município de Goiana - PE, no
mar adjacente a praia de Ponta de Pedras, a cerca de 6 milhas da costa, em uma
profundidade de 25 m. O naufrágio ocorreu há 127 anos, após o abalroamento com o
vapor Pirapama, da Companhia Pernambucana de Navegação por Vapor, ocasionando a
morte de centenas de pessoas. A responsabilidade pelo acidente não foi solucionada, pois
na época a Marinha do Brasil não possuía em seus quadros técnicos, mergulhadores que
inspecionassem o naufrágio e verificassem as marcas tafonômicas deixadas pelo
abalroamento no casco do navio. No inquérito instaurado dias após o naufrágio, foram
investigadas as possíveis manobras que ambos realizaram e foram ouvidos, dentre outras
testemunhas, um Oficial sobrevivente do Bahia (1° Piloto) e o Comandante do Pirapama,
mas por falta de provas cabais o processo foi arquivado. Sendo assim a problemática
desse trabalho é saber quem foi o responsável pelo acidente que levou o Bahia a pique e
se justifica na medida em que se propõe a desvendar o naufrágio utilizando os métodos e
técnicas da Arqueologia Subaquática, viés que permite interpretar o artefato (navio) a
partir de seus traços tafonômicos. Além disso, o trabalho tem como objetivos
compreender a interação das variáveis ambientais incidentes sobre o naufrágio, investigar
as possíveis manobras, analisar o evento do ponto de vista dos relatos dos Oficiais que
sobreviveram e observar as principais mudanças ocorridas no naufrágio ao longo do
tempo. Para isso, a metodologia desenvolvida tratou do levantamento documental e
cartográfico e, em campo, foram realizados mergulhos prospectivos não intrusivos, onde
o casco, as peças e acessórios foram analisados, bem como foi realizada a planimetria do
navio, para complementar as informações que não se obteve na documentação consultada.
O naufrágio foi filmado e fotografado para que não fosse necessário mergulhar várias
vezes. O resultado alcançado, a partir da observação do sítio é que o bordo direito do
vapor Bahia está consideravelmente mais avariado que o esquerdo, com uma diferença
acentuada entre as rodas-de-pás, estando a direita, completamente destruída em relação a
esquerda. Não tendo sido possível localizar o local exato do choque, pois parte do costado
está caído e enterrado. Foi percebido, também, a falta expressiva de aparelhos, acessórios
e artefatos do navio. CNPq