dc.description | Sepse continua sendo um grande desafio, pois apesar dos avanços no entendimento da sua
fisiopatologia e do abrangente arsenal terapêutico disponível, a mesma causa um grande
impacto econômico e social, devido à alta taxa de mortalidade e aos altos custos para os
sistemas de saúde. A proposta deste trabalho foi traçar o perfil epidemiológico,
microbiológico e farmacológico dos pacientes adultos com quadro clínico e/ou laboratorial
de sepse. O estudo foi uma coorte prospectiva e observacional, que incluiu pacientes
adultos com sepse no período de abril de 2010 a agosto de 2011 na Unidade de Terapia
Intensiva do Hospital Otavio de Freitas. Foram avaliados os dados demográficos, clínicos,
laboratoriais e os potenciais de interações medicamentosas. Durante o estudo cento e vinte
pacientes foram diagnosticados com sepse, destes 71,67 % (n=86) foram incluídos na
pesquisa. Aproximadamente 53,49 % eram do sexo masculino, a média de idade foi de
57,49 ± 19,77 anos e a taxa de mortalidade geral foi de 69,76 %. A presença de
comorbidades associada à sepse foi detectada em 79,07 % dos casos. A média dos escores
de APACHE II foi de 23,07 ± 6,46. A taxa de mortalidade para sepse, sepse grave e choque
séptico foi de 8,33 %, 65,71 % e 92,31 %, respectivamente. Episódios de hiperlactatemia,
hiperglicemia e de contagem de plaquetas inferior a 100.000/mm3 foram identificados em
45,9 %, 27 % e 88,6 % dos pacientes, respectivamente. No que diz respeito à análise
farmacológica, 80 % dos pacientes apresentaram potenciais de interações medicamentosas.
Quanto à classificação das IMs, 64,2 % apresentaram perfil farmacodinâmico, 60 % maior
gravidade, 53,3 % início rápido e 53,8 % boa documentação científica. A prevalência das
interações associou-se com a idade, o número de medicamentos prescritos e o tempo de
permanência na UTI. De acordo com os resultados obtidos podemos concluir que essa
síndrome é comum em pacientes idosos, do sexo masculino e com alta prevalência de
comorbidades. Os parâmetros analisados nesta pesquisa como os escores de APACHE II e
SOFA, presença de disfunções orgânicas, lactatemia, glicemia e os relacionados ao sistema
de coagulação podem ser utilizados como preditivos, direcionando a prática clínica e
otimizando tanto o tratamento quanto o acompanhamento da evolução dos pacientes. | |