masterThesis
O desenvolvimento de condutas opositivas em crianças: Antecipação de posições contrárias
Registro en:
Paula Monteiro Ferreira, Ana; Leitão Santos, Selma. O desenvolvimento de condutas opositivas em crianças: Antecipação de posições contrárias. 2005. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.
Autor
Paula Monteiro Ferreira, Ana
Institución
Resumen
Estudos que investigam o desenvolvimento de habilidades argumentativas orais em crianças,
consideram a possibilidade de antecipação de contra-argumentos, ou seja, antecipar objeções
ou perspectivas contrárias para o próprio argumento, uma ocorrência mais tardia no
desenvolvimento. Este estudo investigou a emergência precoce de condutas opositivas nas
interações infantis, especialmente as condutas contra-argumentativas, verificando a
possibilidade de antecipação de contra-argumentos pela criança dentro do seu próprio
discurso, focalizando as formas e os tipos de oposição que surgem na fala da criança. A análise
dos dados coletados foi micro-analítica, realizada através de transcrições videográficas de
vinte protocolos extraídos durante situações de refeição, com quatro crianças (dois meninos e
duas meninas) de 2 a 4 anos (faixa etária mais precoce do que a retratada pela literatura atual).
A análise dos resultados possibilitou constatar como são praticadas e exercitadas em família as
estratégias argumentativas pelas crianças. As condutas opositivas desenvolvidas pelas crianças
envolvem justificativas as próprias afirmações e ao próprio discordar, a possibilidade de
contra-argumentar afirmações ou pontos de vista a quem as havia produzido, como também,
antecipar contra-argumentos (oposições para as próprias posições). A criança ao incorporar o
argumento do interlocutor, desloca-o da sua situação de uso, para negá-lo ou negociá-lo,
construindo suas justificativas e explanações, tendo como suporte suas condutas opositivas a
argumentos elaborados pelo outro (proponente), e que anteriormente foram dirigidos à criança.
Ao se colocar na perspectiva do interlocutor, a criança toma pra si a voz que atribui do outro.
Tomar a perspectiva do outro, é, em muitas situações, tomar o seu argumento. Daí a
possibilidade de antecipações de contra-argumentos para as próprias posições. A análise dos
dados nos mostrou que as crianças investigadas são capazes de antecipar posições contrárias
para o próprio argumento, dentro do seu próprio discurso